São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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Getúlio Vargas foi 'pai' dos pobres e dos ricos

GIOVANNA GIRARDI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

No dia 10 de novembro de 1937, o então presidente da República, Getúlio Vargas, instaurou um regime de totalitarismo semelhante aos moldes nazi-fascistas europeus. Era o começo do Estado Novo, que permaneceu até 1945 e completa 60 anos na próxima segunda. O aniversário pode ser uma boa oportunidade para incluir o assunto nas provas.
É importante observar o contexto histórico. Na ocasião, vários países europeus adotavam políticas totalitárias, como o fascismo italiano, o nazismo alemão, o salazarismo em Portugal e o franquismo espanhol.
Além disso, havia as condições internas do país, como a crise na economia cafeeira e o crescimento das idéias comunistas, que acabaram virando a justificativa para o golpe, com a invenção do Plano Cohen.
O coordenador de história do colégio e curso Objetivo, Francisco Alves, afirma que o candidato deve pensar não exclusivamente no fato, mas nas relações com outros acontecimentos.
Por exemplo, em 1938 deveria haver eleição para presidente, mas Vargas não podia se candidatar. Alves acredita que pode ser feito um paralelo com a possibilidade de reeleição do presidente Fernando Henrique.
Outra comparação que ele sugere é entre o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) do Estado Novo e o governo de Emílio Garrastazu Médici, de 69 a 74. Ambos abusaram da censura, das perseguições e da tortura.
É importante lembrar que a marca de Getúlio é o Estado populista, autoritário, paternalista e intervencionista. Ele aparecia como "pai dos pobres", mas era muito mais preocupado com os capitalistas.
(GG)

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