São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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SP prepara tecnologia de 'emissão zero'

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em pouco mais de um ano, oito ônibus urbanos de fabricação canadense deverão estar circulando na Região Metropolitana de São Paulo, com uma tecnologia capaz de gerar eletricidade com emissão praticamente nula de poluentes (leia texto ao lado).
A tecnologia a ser empregada nesses ônibus é parecida com a que foi apresentada em outubro nos Estados Unidos por um grupo de pesquisadores da empresa ADL (Arthur D. Little), de Boston.
A empresa anunciou ter operado pela primeira vez um motor elétrico para automóveis em que a bateria é acionada por hidrogênio obtido da gasolina. As vantagens desse motor estão na economia (40 km com um litro de gasolina), na redução da poluição em 95% e na possibilidade de reabastecer na rede de postos já existente.
A construção desse protótipo era previsível em razão de programas desenvolvidos nos Estados Unidos, Japão, Europa (e também no Brasil), para obter um automóvel não-poluente. As dificuldades estavam na necessidade de superar a autonomia reduzida (em média 100 km) das baterias recarregáveis.
O novo veículo não estará disponível de imediato. A ADL, que é uma das quatro parceiras do projeto, afirma que o carro experimental estará rodando em cinco anos, e a produção em série poderá começar em cerca de dez.
Em São Paulo, o gerente da Divisão de Tecnologia da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), Luis Alberto Amoroso, diz ser antiga a tecnologia que permite a obtenção de eletricidade a partir de células combustíveis alimentadas por hidrogênio. Mas ela é por enquanto economicamente inviável.
Um exemplo é dado por Ennio Peres da Silva, professor do Instituto de Física da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e chefe, naquela universidade, do Laboratório de Hidrogênio.
Ele e sua equipe estão empenhados desde 1992 na construção de um protótipo de veículo chamado Vega, consorciados a um órgão oficial espanhol, o Instituto Nacional de Técnica Aeroespacial.
Um dos fabricantes de célula combustível pediu US$ 15 mil pelos componentes para um motor de 3 kW. Para acionar um carro pequeno nacional, como o Ka ou o Corsa, é preciso dez vezes mais do que isso, diz Peres da Silva.

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