São Paulo, sexta-feira, 7 de novembro de 1997
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Uma chance de ouro para o vôlei

ENIO RIBEIRO JR.
ESPECIAL PARA A FOLHA

A Superliga 97/98 começou cercada de expectativas.
Atingimos a quarta rodada e o que vimos foi boa parte dos jogos se transformarem em plataformas de argumentação sobre a validade ou não das novas regras que limitam o tempo de duração dos sets.
Fazem parte do produto os jogadores, técnicos, dirigentes e, é claro, as regras que regem o esporte. Do lado do mercado, temos o público que consome vôlei indo aos ginásios, assistindo pela televisão ou acompanhando os noticiários nas mais variadas mídias.
O espírito das mudanças da regra é o de aperfeiçoar o produto a fim de atender aos interesses do consumidor.
Todas as partes envolvidas no produto têm clara a afirmação acima colocada e são unânimes na concordância com a mesma.
Aí chegamos ao ponto de discordância.
Se o objetivo é claro e compartilhado, os meios para atingi-lo são bastante distintos. Com cada qual lançando os recursos que tem à mão para tentar provar seu conceito.
Chegamos então ao título deste artigo.
O campeonato atual foi rotulado como produto em teste por todos (inclusive pela Federação Internacional de Vôlei). Não adianta a esta altura discutir sobre a validade de fazer isso em um torneio da importância da Superliga. Se teria validade acadêmica. Temos que trabalhar com fatos e aproveitar oportunidades.
A situação é bastante familiar para qualquer empresa.
Produtos "em teste" têm essa nomenclatura porque podem e devem ser alterados até chegar ao resultado definitivo.
A primeira parte do teste já foi feita: 24 jogos foram disputados com a utilização de uma série de subterfúgios legais que fornecem uma estupenda base a partir da qual os corpos diretivos nacionais e internacionais, conjuntamente com os profissionais do vôlei, poderão construir uma regra que atinja o objetivo comum.
Não faltam idéias: cronometragem dos rallies (disputas de bolas), restrição de saques, etc...
Não cabe a nós patrocinadores entrar no mérito técnico. Para isso existe gente suficientemente competente e motivada (quase que excessivamente motivada).
Cabe sim, estarmos atentos à qualidade do produto, que é hoje indiscutivelmente alta, com estrelas de magnitude internacional, times competitivos e organização, via de regra, bastante acima da média dos esportes no Brasil.
Tudo isso dentro de um esporte que é, de acordo com todas as pesquisas, o segundo do país em interesse do público (e um público qualificado).
E com o consumidor satisfeito todos ganham (inclusive nós, patrocinadores).

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