São Paulo, sábado, 8 de novembro de 1997
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Opiniões de alunos divergem

LARISSA PURVINNI
DA REDAÇÃO

"A USP deveria ser totalmente elitizada. Só devia poder entrar aluno. Esse pessoal acha que isso aqui é um (parque) Ibirapuera 2."
A afirmação foi feita ontem de manhã, dentro de um ônibus na Universidade de São Paulo, um dia após o enterro de Daniel Pereira de Araújo e dos protestos que acabaram em depredação no campus.
Duas alunas da universidade falavam sobre o caso. O assunto dominou as conversas na USP e mostrou que as opiniões divergem.
Um pouco mais atrás, no mesmo ônibus, um Jaçanã-Butantã/USP, outros dois jovens discutiam.
"Tem que depredar mesmo. A desigualdade social é muito grande. Sou a favor da violência, mas só material, sem ferir ninguém. Se eu fosse eles, virava a reitoria de pernas para o ar. É o único jeito."
O amigo, mais comedido, ponderava: "Não sou a favor de nenhuma atitude radical."
"Mas eles mataram o Daniel. Se você é agredido, responde com violência, não tem jeito."
Um pouco à frente, a conversa das garotas continua: "O melhor era colocar todos os cursos em período integral. Acabar com o período noturno", diz uma delas.
Na ECA (Escola de Comunicações e Artes), o "Jornal do Campus", feito por alunos da escola, está pregado no mural, com manchete para o caso. No caminho, vestígios da destruição: um ponto de ônibus depredado e faixas isolando a área próxima à favela São Remo, onde morava Daniel.

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