São Paulo, sábado, 8 de novembro de 1997
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Polícia intima 20 no caso das propinas

RENATO KRAUSZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O Decon (Departamento Estadual de Polícia do Consumidor) enviou ontem as 20 primeiras intimações para funcionários de administrações regionais e assessores de vereadores deporem sobre as denúncias de cobrança de propina de camelôs.
As intimações foram encaminhadas para cinco administrações regionais -Sé, Lapa, Santana, Mooca e Penha- e para a Câmara.
Segundo o delegado Francisco Missaci, o primeiro depoimento, marcado para o próximo dia 17, será de um fiscal da regional da Sé.
No dia 20, Missaci vai ouvir os cinco assessores de vereadores citados nas reportagens publicadas pela "Folha da Tarde" e pela Folha. As reportagens mostram que assessores de vereadores encaminham camelôs a fiscais que cobram para permitir a montagens de barracas ilegais na cidade.
As informações publicadas estão sendo investigadas em inquérito aberto pelo Decon no último dia 4, para apurar denúncias semelhantes veiculadas pela Rede Globo.
Os depoimentos dos administradores regionais e dos vereadores citados nas denúncias vão ocorrer num segundo momento. "Pretendo chamá-los ainda este mês", afirmou Missaci.
O promotor Benedito Carlos Gonçalves de Lima, da promotoria de Justiça do Crime Organizado, vai acompanhar as investigações.
O coordenador das promotorias criminais, Mário Papaterra Limongi, deve encaminhar na semana que vem um ofício à Promotoria da Cidadania, solicitando abertura de inquérito civil para também apurar as denúncias.
O delegado Missaci e os promotores Limongi e Lima acham que, mesmo que os vereadores estejam realmente envolvidos no esquema, será difícil chegar até eles.
"Nossa expectativa é que a investigação chegue em todos os envolvidos, mas é óbvio que isso é difícil", afirma Missaci.
"A dificuldade é grande pois a tendência dos assessores seria proteger os vereadores", diz Limongi. "Temos esperança pois não estamos começando do zero", disse Lima, se referindo a outras investigações sobre o assunto.

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