São Paulo, sábado, 8 de novembro de 1997
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Deputado desaprova, mas não descarta aumento de impostos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de se reunir com os ministros Antonio Kandir (Planejamento) e Sérgio Motta (Comunicações), o líder do PSDB, deputado Aécio Neves (MG), disse ontem que não está descartado um aumento de impostos para equilibrar as contas públicas.
"Mas essa não é a alternativa preferencial da área econômica", afirmou o líder. "É uma das dezenas de medidas que estão sendo estudadas, mas espero que não seja necessária", completou.
Segundo Aécio, a equipe econômica deverá anunciar na próxima semana as medidas para equilibrar as contas públicas. "Há um leque de medidas que vão de cortes no Orçamento a aumento de impostos", afirmou.
"Não haverá pacote, nem choque, nem medidas planejadas à noite. Nada que assuste a sociedade ou afronte esse ou aquele setor da economia", completou Aécio.
Para o líder, neste momento, o governo precisa ter "cautela" nas medidas que adotar. "Sinalizar com um avanço que não vai haver pode ser trágico", disse.
Ele entende que o Brasil ainda tem instrumentos -como as reformas- para enfrentar a crise econômica e dar sinais aos investidores internacionais de que é uma alternativa aos países da Ásia. "Nós temos hoje uma democracia estabilizada", afirmou.
O líder disse que o seu partido é contrário a aumento de tributos, especialmente os setoriais, como o imposto sobre combustíveis, proposto pelo governo para a recuperação e manutenção de estradas.
"Admitimos aumento de impostos para os setores muito lucrativos", afirmou. "As classes média e média baixa já estão muito sacrificadas", completou.
O PSDB vai defender a reforma tributária. Na próxima terça, deputados tributaristas do partido se reúnem com o ministro Pedro Malan (Fazenda) e com o secretário executivo da Fazenda, Pedro Parente, para discutir a reforma.
O líder do PMDB, deputado Geddel Viera Lima (BA), disse que o seu partido "não aceita nem discutir aumento de impostos".

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