São Paulo, sábado, 8 de novembro de 1997
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Krist se livra da ex-banda com disco de estréia

MARCELO OROZCO
DO "NP"

O urgente Kurt Cobain foi o que ergueu uma bela casa de sapé -o Nirvana. Com sua sensibilidade problemática, bancou seu próprio Lobo Mau mandando tudo pelos ares com um tiro.
O outro porquinho, o baterista Dave Grohl, foi rápido para arranjar um teto de gravetos. Por enquanto, seu Foo Fighters resiste às ventanias.
Novoselic, que já era a consciência do Nirvana nos tempos de abuso de substâncias, passou três anos como ativista politicamente correto sem emitir uma nota musical comercialmente.
Aproveitou o tempo assentando o Sweet 75 com a venezuelana Yva Las Vegas, com canções que vão para vários lados. Menos o lado do Nirvana.
Nada de distorção estrangulada na guitarra nem cozinha punk- metal. Até as caídas para o pop são por outros caminhos. Krist Novoselic certamente sabia que comparações como essa seriam inevitáveis.
A voz potente e latina de Yva são a decoração que Krist precisava. O clima de cantina mexicana de "Cantos de Pilón" (com Peter Buck, do REM, no mandolim) e a salsa-noir de "La Vida" garantem o rótulo "exótico".
Até a coisa mais pesada é leve: o punk acelerado de "Bite My Hand", com frases quebradas e piruetas vocais.
A sólida casinha que é o Sweet 75 não vai dar a Krist a notoriedade que o Nirvana teve. Será apenas uma morada tranquila para o resto de sua vida musical.
(MO)

Disco: Sweet 75
Banda: Sweet 75
Lançamento: Universal/Geffen
Quanto: R$ 18, em média

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