São Paulo, sábado, 8 de novembro de 1997
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China desvia rio para erguer a maior represa do mundo

TERESA POOLE
DO "THE INDEPENDENT", EM PEQUIM

Se não houver imprevistos, a China vai desviar o rio Yang-tsé de seu curso natural hoje, para iniciar a construção da parede principal de 300 metros de altura da controvertida represa das Três Gargantas.
O governo chinês está promovendo o evento como uma prova da "grandeza" do país, mas os custos ambientais, sociais e econômicos são enormes.
Segundo a propaganda oficial, o desvio do rio revela a emergência da China como uma potência global.
Deve ser o último ato glorioso no triunfante ano de 1997, que já viu o retorno de Hong Kong à China, o 15º Congresso do Partido Comunista e a visita de Estado do presidente Jiang Zemin aos EUA. Hoje o governo chinês quer mostrar que pode também mandar na natureza.
O país gosta de recordes mundiais. Se finalizada como planejada, em 2009, a represa hidrelétrica de 18.200 megawatts ultrapassará a capacidade geradora da atual líder do mercado, a represa de Itaipu, de 12.600 megawatts, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai.
A represa das Três Gargantas vai deslocar cerca de 1,3 milhão de pessoas durante a sua construção e custará estimados US$ 25 bilhões. O dinheiro virá da taxação dos serviços de eletricidade. O governo preferiu não obter financiamento de organismos internacionais para não submeter o projeto a controles ambientais rigorosos.

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