São Paulo, domingo, 9 de novembro de 1997
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Lições

TELÊ SANTANA

O destaque da semana foi a ausência do Edmundo da lista dos convocados para o amistoso da seleção brasileira contra o País de Gales.
Todos na rua me perguntaram se eu convocaria o Edmundo caso fosse o técnico.
Pelo futebol que ele vem jogando no Vasco, mereceria ser chamado. Mas, pelo lado disciplinar, concordei com a decisão do Zagallo.
Não dá para chamar um jogador que bota a perder um trabalho de quatro anos.
É muito perigoso convocá-lo. É um atleta que pode decidir um jogo nos 90 minutos, mas que também pode estragá-lo em um minuto.
Também concordo com o Zagallo quanto ao fato de que o Edmundo precisa de um tratamento psicológico. Conselho não basta. Ele recebeu vários, mas não aprendeu.
Edmundo não levou em consideração as últimas lições e acha que, no momento certo, será convocado.
Zagallo mostrou a ele que não é bem assim.
*
O Fluminense, rebaixado pela segunda vez seguida, não soube ouvir o aviso do último Brasileiro. A queda em 96 foi um alerta para o clube tentar sair da má-fase, ou com boas contratações, ou investindo nas divisões de base.
Agora, não tem outra solução, a não ser cair, para retornar dentro de campo.
E vai ser mais difícil ainda ganhar um torneio da segunda divisão, onde haverá muita carga em cima do clube.
Fiquei muito triste, pois é o time para o qual torço desde criança.
*
Não gostaria de apontar favoritos para as semifinais do Brasileiro, pelo equilíbrio e pelo vai-e-vem na tabela, mas Vasco, Lusa e Santos, pelo que mostraram até agora, chegam com algum destaque.
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O que vimos no jogo entre Lanús e Atlético-MG, em Buenos Aires, foi uma selvageria. Essa rivalidade que existe entre brasileiros e argentinos tem de acabar. Em Belo Horizonte, os mineiros poderão querer se vingar, mas não pode ser assim.
Se não parar agora, em todos os jogos entre Brasil e Argentina veremos essas cenas.

E-mail: tele@gold.com.br
O técnico Telê Santana, 65, escreve na Folha aos domingos

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