São Paulo, domingo, 9 de novembro de 1997
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Mercozona

RODRIGO BUENO

Você conhece o mito de que, no passado, os jogos entre os clubes sul-americanos eram cercados de violência, más arbitragens, mutretas, boicotes e de todo tipo de malandragem?
Se você conhece, deve estar dizendo que não é mito, e sim realidade. Se não conhece, mas tem acompanhado os torneios interclubes do nosso continente nesta temporada, deve estar agora acreditando no mito.
A surra que os jogadores do Atlético-MG levaram na última quinta-feira dos atletas do Lanús, na Argentina, pela Copa Conmebol, é mais uma comprovação da "mercozona" que virou o futebol sul-americano.
Um dia antes, o uruguaio Jorge Nieves, tido como um dos melhores árbitros do continente, fez média com o Colo Colo e deu um pênalti estapafúrdio contra o São Paulo em uma das semifinais da Supercopa. E a TV mostrou para quase todo o continente -dizem que, no passado, os erros de arbitragem eram muito comuns porque os jogos não tinham transmissão.
A Supercopa dos Campeões da Libertadores, aliás, contou neste ano com o Vasco, que jamais venceu a competição.
A Confederação Sul-Americana vem organizando torneios malucos, utilizando critérios discutíveis, causando inveja aos piores dirigentes do Brasil.
Recentemente surgiram Copa Conmebol, Copa dos Campeões da Copa Conmebol, Copa Masters, Copa dos Campeões da Copa Masters, Copa dos Campeões da Copa dos Campeões...
E no ano que vem irá nascer a Copa Mercosul, reunindo os clubes de "maior torcida e prestígio" de Brasil, Argentina, Uruguai e Chile (entre esses estará o valorizado Fluminense).
Em 98, também teríamos a Supercopa, mas, diante do pesado calendário, os argentinos planejam boicote, pondo fim de vez à credibilidade do torneio.
Pobre dos times europeus, que disputam competições sérias e são obrigados a ceder seus atletas para jogos caça-níqueis.

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