São Paulo, domingo, 9 de novembro de 1997
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China desvia rio e começa a construir maior usina do mundo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A China desviou com êxito o curso natural do rio Yang-tsé, o terceiro maior rio do planeta, para um canal artificial. Agora, os chineses vão dar início à construção da represa das Três Gargantas, barragem da maior usina hidroelétrica do mundo. O final da construção está previsto para 2009.
Numa cerimônia pomposa, o primeiro-ministro chinês, Li Peng, anunciou oficialmente às 15h30 (10h30 de Brasília) a finalização dessa primeira fase das obras de construção da represa.
Num discurso solene, o presidente chinês, Jiang Zemin, qualificou a obra de "maravilha da história da transformação da natureza pelos homens". Essa maravilha vem sendo criticada por causa de seus custos ambientais, sociais e ecológicos. Segundo Jiang, a represa "demonstra as vantagens de um país socialista, que pode reunir todas as suas forças para realizar grandes projetos".
Os críticos lembra que a obra vai tirar as casas de 1,3 milhão de pessoas e afogar tesouros arqueológicos. O governo chinês teria preferido não obter financiamento de organismos internacionais para não submeter o projeto a controles ambientais rigorosos.
A usina foi projetada para gerar 18.200 megawatts, ultrapassando assim a capacidade geradora da atualmente maior usina do mundo, a de Itaipu, na fronteira entre o Paraguai e o Brasil, de 12.600 megawatts.
O desvio do Yang-tsé, rio considerado como símbolo nacional, foi transmitido pela TV e reprisado durante todo o dia de ontem. Na sexta-feira, o jornal "Diário do Povo" publicou em sua primeira página fotos das três gerações de líderes chineses. Nas imagens, Mao Tse-tung aparecia estudando os projetos da usina e seus sucessores, Deng Xiaoping e Jiang Zemin, eram mostrados no local da construção de Três Gargantas.

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