São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 1997 |
Próximo Texto |
Índice
O público de fora
DA REPORTAGEM LOCAL A "rodada da morte" do Campeonato Brasileiro de futebol foi implacável com o Estado que mais atraiu torcedores aos estádios na primeira fase.Com dois representantes, a Bahia, líder em média de público (14.626), teve um deles rebaixados para a segunda divisão, o Bahia, e outro, o Vitória, alijado na última hora da disputa das semifinais. Se o Bahia tivesse vencido o Juventude, no sábado, na Fonte Nova, não só teria se livrado do descenso, como classificaria o rival estadual, que foi derrotado pelo Atlético-MG, para as semifinais. Minas Gerais, também com dois representantes (Atlético-MG e Cruzeiro), terminou a fase com a segunda melhor média -13.089. São Paulo, com o maior número de equipes (oito), foi apenas o sexto colocado entre os Estados com mais de um representante na competição -média de 7.489 fãs. O Bahia foi o primeiro lugar em público (17.024 torcedores por jogo); o Vitória (12.228), o sexto. Também vieram da Bahia os dois maiores públicos do Brasileiro-97. O primeiro foi registrado no clássico Ba-Vi, no dia 27 de julho, quando 79.824 (mais de 90 mil incluindo não-pagantes) assistiram ao empate em três gols. O segundo, no Bahia 1 x 3 Atlético-MG -65.136 pagantes. "O clima em Salvador é de enterro. Ao final do jogo do Bahia, com quase todos os refletores apagados, vários torcedores permaneceram nas arquibancadas, olhando para o campo, chorando, com a mão no queixo", disse o presidente da Federação Bahiana de Futebol, Virgílio Elísio Costa. Para ele, a segunda fase do torneio terá um déficit de alegria. "Sem bairrismo, o torcedor que mais alegra o Brasileiro é o baiano. O campeonato perderá muito." Em contrapartida, a equipe mais beneficiada do fim-de-semana, o Juventude, que conquistou a oitava vaga ao empatar com o Bahia, tem a quarta pior média de público da competição: 4.786 pagantes. Abandono A "rodada da morte" teve uma das piores médias de público do Brasileiro, 6.286 até ontem. No sábado à noite, o jogo entre o rebaixado Fluminense e Grêmio (2 a 0 para os gaúchos) no estádio da rua Bariri, registrou a menor audiência do torneio -162 pagantes. A média de público dos classificados às semifinais -11.576 torcedores- corresponde a apenas 28% dos 40 mil lugares exigidos pela CBF para que um time mande suas partidas a partir de agora. Caso seja confirmada a determinação, apenas Atlético-MG, Inter e Flamengo não terão que mudar o seu local de jogo. Próximo Texto: Interior paulista e Rio têm recuperação Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |