São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 1997 |
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Corinthians escapa, e Flu paga o pecado de 96
ALBERTO HELENA JR.
Pena que o Juventude tenha entrado no lugar do Vitória, entre os finalistas. Nada contra os bravos gaúchos de Caxias, nem a favor dos dengosos baianos, pois não se trata de preferências regionais, mas sim de estilo. O que mais me atrai é o futebol untado com dendê desse croata Petkovic. Enfim, deu o que mais ou menos se esperava: afora o Juventude, terceira força do Sul, lá estão, entre os candidatos ao título, sete grandes brasileiros -Vasco, Inter, Lusa (grande, sim senhor!), Atlético-MG, Flamengo, Santos e Palmeiras, numa divisão que reflete mais ou menos o quadro de forças do nosso futebol, com três paulistas, dois cariocas, dois gaúchos e um mineiro. Claro que, em outras circunstâncias, Corinthians, São Paulo, Botafogo, Grêmio, Cruzeiro e Fluminense poderiam compor, com, digamos, Vitória ou Bahia e Goiás, por exemplo, esse grupo de elite. Podem virar o futebol brasileiro de cabeça pra baixo que sempre dará isso aí. * Aliás, é o que os cartolas vêm fazendo há tempos, com essas fórmulas de disputas classificatórias. Gasta-se a maior parte do tempo (e da paciência do espectador) para se apurar os piores, não o melhor. Pegue-se o exemplo dessa rodada de fogo de sábado à noite, em que se concentrou emoção do campeonato até agora. Com exceção de uma vaga de finalista, o resto era saber quem escapava e quem caía. Ora, isso é a perversão do próprio significado do futebol. * Marmelada! -gritavam os torcedores do Goiás, enquanto o Corinthians tocava a bola, com um olho no placar e outro no ponteiro do relógio. E, ainda por cima, o goleiro Kleber me toma um peru daqueles no chute de Célio Silva, o único, segundo o autor, que ele errou em todo o torneio... Não digo um não categórico, mas desconfio seriamente de que o Goiás afrouxou mais pela falta de estímulo do que pela suposta passagem da mala preta nos seus vestiários. O Corinthians jogou com os nervos sob controle e a bola arredondada por Rincón, tudo isso ancorado no gol logo de saída de Mirandinha. Pero, que las hay, las hay. * Foi um combate de verdadeiros campeões, o realizado por Holyfield e Moorer, na madrugada de ontem. Diria que o único entre os pesados, desde os tempos de Ali e Foreman. A valentia e a lisura com que Moorer -o perdedor- se comportou foi simplesmente comovente, nestes dias de vale-tudo. Sofreu cinco quedas dessas de levar qualquer um a nocaute. Pois ergueu-se a cada uma para enfrentar o campeão sem nem mesmo apelar para um único clinche. E o campeão, por sua vez, deu uma aula da mais refinada técnica: a sequência de golpes no primeiro "knock-down" foi uma pequena obra-prima. Texto Anterior: VOCÊ SABIA? Próximo Texto: Assim é se lhe parece Índice |
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