São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 1997
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Assim é se lhe parece

JUCA KFOURI

A primeira fase do Vergonhão-97 terminou como merecia: melancolicamente.
Por ironia, o líder de presença de público, o Bahia, desgraçadamente caiu.
Sem o tricolor baiano, a ridícula média de cerca de 9.000 torcedores por jogo seria ainda menor, pois o Bahia chegou a mais de 17 mil pagantes por partida no total, quase 30 mil na Fonte Nova.
Só um campeão estadual, o Inter, ficou entre os semifinalistas, e o bicão Bragantino, levando sete na despedida, continua na primeira divisão.
O Corinthians se salvou com maior dramaticidade do que, de fato, mereceria -pois mesmo que tivesse perdido em Goiás de goleada teria permanecido, fruto da vitória a mais em relação ao Bahia.
Bebeto voltou ao Vitória só para participar do, aí sim, dramático jogo que tirou seu (?!) time das semifinais.
E os 33 pontos do Atlético-PR são mais que suficientes para que ninguém conteste os tais cinco pontos que o rubro-negro perdeu sem perder, por obra e graça da CBF.
CBF que não divide opiniões, ao contrário.
A pesquisa particular da coluna constatou que 66% acham que é Casa Bandida mesmo, embora 17% prefiram Casa Mocinha e outros 17% proponham Casa Mocinha Bandida.
Houve quem, como o leitor José Mário Frasson Scafi, desejasse chamá-la de Casa Banida do Futebol, o que é mais que compreensível.
Já o leitor José Luiz Loes propôs Casa Bastarda, "ou tudo o que você conseguir pensar de ruim com 'b'", escreveu bem-humorado.
Fosse o futebol brasileiro minimamente sério e o Vasco estaria comemorando o título de campeão, depois de enfrentar 25 adversários e ter acabado na frente de todos, seja em pontos ganhos, seja em número de vitórias, seja em número de gols.
E Eurico Miranda levantaria a taça do Vergonhão-97 como fez por merecer, artífice fundamental da virada de mesa que manteve o Fluminense, o mesmo tricolor que se despediu (?!) perdendo em casa para o Grêmio diante de 162 testemunhas.
Aliás, a rodada mais emocionante até agora, a do último sábado, levou cerca de 60 mil pessoas aos dez estádios que a sediaram -e mais uma vez o Bahia liderou, com 12 mil torcedores.
Nada mais simbólico, porém, que a torcida goiana gritando é marmelada e pedindo seu dinheiro de volta. Baita sinal de credibilidade.

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