São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 1997
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Conselho do PMDB aprova apoio a FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O conselho nacional do PMDB recomendou ontem que o partido participe da coligação que tentará a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso, deixando de lançar candidato próprio à Presidência da República.
Logo após o fim da reunião, os líderes da ala governista foram ao Planalto informar a decisão a FHC.
Segundo a moção aprovada pelo conselho, o apoio a FHC será formalizado na convenção nacional que será realizada em junho.
O presidente do PMDB, deputado Paes de Andrade (CE), quer que a convenção extraordinária convocada para janeiro aprove o lançamento de candidatura própria.
A ala governista, vitoriosa no conselho, poderá usar a convenção de janeiro para encerrar o mandato de Paes. O grupo aprovou uma segunda moção que delega para a convenção a eleição do novo diretório e da nova Executiva Nacional do PMDB.
O mandato de Paes estava prorrogado até setembro de 98 por decisão da Executiva. Essa decisão será usada para pressionar o presidente do PMDB.
A operação pró-FHC foi comandada pelos líderes na Câmara e no Senado, Geddel Vieira Lima (BA) e Jader Barbalho (PA), pelo presidente da Câmara, Michel Temer (SP), e pelos ministros Iris Rezende (Justiça) e Eliseu Padilha (Transportes).
Iris afirmou que a decisão do conselho foi "uma demonstração da posição do partido, uma sinalização para a próxima convenção".
Paes, que não participou da reunião, procurou menosprezar a decisão do conselho. "Foi uma reunião inexpressiva. Os candidatos do partido não compareceram. Foi a decisão de um grupo à deriva. A convenção de 25 de janeiro vai lançar candidato próprio."
Não compareceram à reunião os senadores José Sarney (AP) e Roberto Requião (PR) e o ex-presidente Itamar Franco (MG), todos pré-candidatos à Presidência pelo partido.
Requião disse que a decisão foi tomada por "um grupo que quer continuar lambendo a rapadura do governo". "Mas o PMDB vai desembarcar do governo. Isso é uma simulação de apoio."

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