São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Maluf comemora pesquisa, mas reafirma apoio a FHC

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-prefeito paulistano Paulo Maluf (PPB) comemorou o resultado da pesquisa Datafolha que apontou um aumento de nove pontos percentuais nas intenções de voto do eleitorado da capital paulista a seu favor, se ele fosse candidato a presidente da República. Mas reafirmou o apoio à reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
"Eu estou muito feliz porque subi. Sinto-me muito confortado, porque faço política em São Paulo. E, vendo que a população de São Paulo aprova cada vez mais meu nome, a gente acha que agiu certo decidindo pela candidatura a governador do Estado", afirmou Maluf, ontem, em Brasília.
Segundo o ex-prefeito, a queda de popularidade de FHC entre o eleitorado paulistano -de 33% para 28%, segundo a pesquisa- "não pode atemorizar ninguém".
Além disso, o ex-prefeito considera que popularidade é uma coisa "cíclica, que sobe e desce de um dia para outro".
E deu seu próprio exemplo: "Eu já estive também muito baixo e hoje estou alto, graças a Deus. E vou tentar manter, a não ser que vocês (jornalistas) atrapalhem minha candidatura".
Maluf negou que o resultado da pesquisa o entusiasme a mudar de idéia e disputar a Presidência.
"Eu tomo as minhas decisões pessoais, em política, em relação às minhas possibilidades e não torcendo para que eventuais adversários percam a popularidade", afirmou Maluf.
IRPF
O ex-prefeito disse ser contra o aumento do Imposto de Renda da Pessoa Física, medida que, na sua opinião, vai punir "quem geralmente é honesto".
Ele também não concorda com eventual aumento da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), cogitado por parlamentares como alternativa ao aumento do Imposto de Renda. Para Maluf, a solução seria "prender" os sonegadores.
"O sonegador não está incluído no pacote. A gente tem de meter uma medida aí (no pacote) para atingir o sonegador de uma maneira mais violenta. Agora, todo sujeito que recebe um salário é que vai pagar, porque o número dele tá no computador. Acho que isso é desigual", disse.
O ex-prefeito afirmou que punir o sonegador seria a alternativa "mais fácil" ao aumento do Imposto de Renda, porque dependeria, apenas, de cruzar informações dos computadores da Receita Federal. Além disso, ele citou os jogadores de futebol como conhecidos sonegadores.
"A imprensa denunciou que alguns dos astros mais famosos do país que são os jogadores de futebol nunca declararam Imposto de Renda. Se a Receita não sabe pegar o indivíduo que está na primeira página do jornal todo dia, vai pegar quem? O Jeca Tatu que mora no interior do Piauí?", perguntou.
Apesar da queda da popularidade de FHC e de discordar de algumas medidas de ajuste fiscal, Maluf defendeu o Plano Real.
Disse que o maior mérito do plano foi "mudar a cultura de pensamento do povo brasileiro", que antes só queria tirar vantagem da inflação. Agora, segundo ele, a população dá valor à moeda.

Texto Anterior: O cofre é a urna
Próximo Texto: Lembo vê avanço de Maluf no PFL
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.