São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 1997
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Bovespa suspende negócios e cai 10,2%

LUIZ CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma nova rodada de queda dos principais mercados de ações do mundo fez a Bolsa de Valores de São Paulo cair 10,2% ontem, depois de os negócios ficarem suspensos por meia hora, das 16h39 às 17h09, quando o Ibovespa bateu pela primeira vez no dia queda de 10% com relação ao dia anterior.
Foi a terceira vez que a regra que suspende as negociações na Bovespa, conhecida por "circuit breaker" (interruptor de circuito), foi usada desde a sua criação, no final de outubro, quando a crise asiática chegou com força a Hong Kong.
A explicação corrente entre bancos e corretoras para a queda das cotações ontem era a falta de investidores interessados em comprar ações neste momento, principalmente por causa do cenário externo nebuloso e da alta brutal dos juros patrocinada pelo governo aliada ao pacote fiscal.
Diante disso, os investidores estrangeiros simplesmente não estão vindo para o mercado local e os que estão entrando vêm atrás dos juros e não de investimentos de risco, como as Bolsas.
Já os investidores internos continuam precisando fazer caixa para honrar seus compromissos.
Os fundos também estão vendendo para fazer frente aos saques que estão ocorrendo de investidores interessados em partir para aplicações de renda fixa.
O dólar, que havia recuado na terça-feira, voltou a subir ontem, mas não a ponto de o Banco Central precisar intervir no mercado com leilões de venda.
O dólar comercial fechou com alta de 0,14%. No segmento flutuante, a moeda norte-americana ficou o dia todo próxima do teto da minibanda, fechando a R$ 1,1092.
Nem mesmo a decisão do banco central norte-americano de manter inalterado o juro nos EUA serviu para animar a Bovespa, muito mais preocupada atualmente com as Bolsas estrangeiras.

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