São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997
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Crédito do BNDES e alta em NY fazem Bolsa paulista subir 8,17%

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem com uma forte alta de 8,17%, embalada pela maior estabilidade dos mercados asiáticos e pela alta de 1,13% da Bolsa de Nova York. A linha de financiamento de R$ 1 bilhão criada pelo BNDES, para que as empresas possam recomprar suas ações, também animou os investidores locais.
A linha do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social deu ao mercado a perspectiva de demanda por ações, até agora comprometida pela falta de interesse dos investidores estrangeiros, ainda assustados com a turbulência das últimas semanas.
Indicadores divulgados ontem nos EUA, mostrando que a inflação no país continua sob controle, também serviram para animar a Bovespa: tornam mais remota a possibilidade de alta dos juros norte-americanos.
Nos bancos e corretoras, os rumores sobre as empresas que já estariam interessadas em recomprar suas ações foi intenso, incluindo a Telebrás.
Recompra
A Sadia Concórdia e a Frigobrás, ambas do grupo Sadia, já estão recomprando suas ações. "Estamos acreditando no nosso negócio", afirma José Fernando Monteiro Alves, diretor de relações com o mercado das duas empresas.
A Sadia Concórdia, conta, está autorizada pelo conselho de administração a adquirir 6 milhões de ações (R$ 4 milhões). Ela tem 378 milhões de ações preferênciais.
A Frigobrás pode comprar 7 milhões de ações -ela tem 140 milhões de ações preferenciais.
O Unibanco começa na próxima segunda-feira um programa para recomprar 1,75 bilhão de ações, menos de 3% do total de ações do banco em circulação.
"Com isso, o banco quis dar uma sinalização para o mercado de que a queda das ações é irreal e que o banco acredita na sua própria administração", diz a superintendente de relações com investidores do Unibanco, Júlia Reid.
Segundo ela, a queda no valor das ações é irracional e não tem relação com o valor da empresa.
"O banco considera um grande investimento recomprar as ações a preços tão baixos", diz Júlia Reid.
Em função da ampliação do limite de 5% para 10%, o Unibanco estuda ampliar a oferta de recompra.
Para a recompra, o Unibanco não pretende utilizar a linha de financiamento do BNDES. "Temos dinheiro em caixa", afirma Júlia.
O Itaú também decidiu na última reunião do conselho de administração recomprar ações do banco. Segundo a assessoria de comunicação do Itaú, "eventuais compras serão efetuadas sempre que o banco entender que o preço das ações está depreciado".

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