São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997
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Redes do interior não temem mais retração

Avaliação é sobre pacote

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Os supermercados do interior não esperam que as recentes medidas de política fiscal adotadas pelo governo tragam desaquecimento ao setor.
"Estávamos em um processo de ajuste e vamos continuar", diz José Stecca, gerente comercial da Coopercitrus Supermercados, rede que atua em Barretos e em várias outras cidades da região noroeste do Estado de São Paulo.
Para Stecca, o setor vai continuar reduzindo estoques, modernizando lojas, se informatizando e, acima de tudo, buscando atrair os consumidores.
Apesar de uma busca constante de redução de custos, ele não acredita em fortes quedas de vendas e corte de pessoal no setor.
As vendas vão cair, mas no ritmo já esperado antes do pacote. As vendas de final de ano devem ficar de 10% a 12% inferiores às do mesmo período de 96, diz ele.
Já José Sarrassini, da rede Tonin, que atua no sudoeste de Minas Gerais, prevê uma situação melhor. Para ele, as vendas deste final de ano devem superar um pouco as de 96. Mas, logo no início do próximo ano, os efeitos do pacote devem começar a ser sentidos pelo setor.
O aumento dos combustíveis, o impacto do Imposto de Renda e o reajuste nas mensalidades escolares devem provocar queda de renda dos consumidores, o que pode inibir mais as vendas, prevê Sarrassini.
As incertezas econômicas vividas no país no momento afetam mais o consumidor das grandes cidades do que o das menores.
Segundo Sarrassini, as compras no interior foram feitas com mais cautela e os consumidores estão menos endividados.
Aumento em SP
Os preços voltaram a subir nos supermercados de São Paulo nesta semana. A alta foi de 0,38%. Já nos hipermercados, houve queda de 0,36%.
Os dados fazem parte de pesquisa do Datafolha em 18 supermercados e 18 hipermercados da cidade de São Paulo.
O Datafolha acompanha as variações de preços de cem itens nos setores de alimentos, produtos de higiene e de limpeza. Nesta semana foram feitas 7.270 tomadas de preços.
As maiores altas foram para os produtos de limpeza e óleos comestíveis. Já em outra pesquisa, que inclui apenas alimentos básicos, o reajuste médio dos preços na semana foi de 0,95%. Neste caso, as pressões vieram de feijão, carne bovina, biscoitos e cebola.

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