São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997
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Bate e assopra

A relação ambígua de Monteiro Lobato com Mário de Andrade
20 de dezembro de 1917
O "Estadinho", jornal vespertino de São Paulo, publica crítica de Monteiro Lobato à segunda mostra individual da pintora Anita Malfatti, inaugurada oito dias antes na cidade. O artigo -que, mais tarde, ganhou o título de "Paranóia ou Mistificação?"- condena a artista por colocar "seu talento a serviço duma nova espécie de caricatura", as vanguardas européias. Mário de Andrade sai em defesa de Anita.

17 de setembro de 1921
Monteiro Lobato se recusa a editar "Paulicéia Desvairada", livro de Mário de Andrade que lança as diretrizes estéticas do modernismo.

20 de março de 1926
O jornal paulistano "Diário da Noite" publica "O Nosso Dualismo", artigo em que Monteiro Lobato reflete sobre o modernismo. Logo no primeiro parágrafo, o escritor diz que o movimento "apareceu em São Paulo como o fruto da displicência dum rapaz rico (...): Oswaldo de Andrade".

13 de maio de 1926
O suplemento paulista do jornal carioca "A Manhã" publica o artigo "Post-Scriptum Pachola", resposta de Mário de Andrade para "O Nosso Dualismo". No fim do texto, o poeta decreta a morte de Monteiro Lobato.

6 de agosto de 1930
Lobato manda carta para Mário de Andrade, "vinda dalém túmulo", em que manifesta o interesse de intermediar, nos EUA, o lançamento do livro "Macunaíma", clássico do modernismo brasileiro.

31 de agosto de 1930
Mário de Andrade remete dois exemplares de "Macunaíma" para Lobato, mas pondera que não consegue imaginar o livro em inglês "ou outra língua qualquer". "Careceria tirar muita coisa, e mais transportar que traduzir."

Final da década de 30
Mário de Andrade ataca o livro "Planalto", lançado em 1939 por Flávio de Campos. Ofendido, o autor reclama da crítica para Monteiro Lobato -que, numa carta sem data, acalma o amigo: "Mário, pelo seu talento no analismo criticista, tem direito a tudo, até de meter o pau em você e em mim".

1946
Um ano depois da morte de Mário de Andrade, o então prefeito de São Paulo, Abraão Ribeiro, se nega a tomar qualquer iniciativa para criar o Museu de Arte Moderna na cidade, como lhe haviam solicitado. Por carta, Lobato o apóia.

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