São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997
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MALUF E PITTA

A paralisação de obras na cidade de São Paulo vai deixando claro, desde o início do ano, que a gestão Maluf endividou a prefeitura a ponto de comprometer seu funcionamento. Após dez meses e meio da administração Pitta, o município não dá mostras de recuperação financeira. Ao contrário, os gastos pré-eleitorais parecem ter causado mais que uma falta de caixa temporária.
As manifestações de funcionários do PAS e dos operários que faziam a recuperação da ponte dos Remédios -em protesto contra salários atrasados- são apenas a face mais visível da lastimável situação da cidade.
Já em agosto a capital acumulava dívidas e atrasos de pagamentos em áreas que iam da saúde à coleta de lixo. O prefeito Celso Pitta declarou que os atrasos eram "circunstanciais". Mas, dois meses depois, anunciou generosa anistia aos devedores da prefeitura, na tentativa de fazer caixa rapidamente, mesmo sob pena de premiar os maus pagadores.
A CPI do Senado concluiu que os recursos para pagamento de precatórios estavam sendo desviados de sua finalidade. Interrompido esse endividamento irregular, revelou-se a precária situação financeira da prefeitura. Agora, para atenuar as dificuldades, Pitta tem recorrido até a recursos do Instituto de Previdência do Município. A crise vem provocando uma deterioração dos serviços que atinge sobretudo os mais pobres.
A construção de escolas e creches prevista no Orçamento de 97 foi adiada para o próximo ano; os sacolões perderam recursos de R$ 5 milhões; agora Pitta determina até mesmo um corte de 50% nos serviços de varredura e lavagem da cidade.
Um contraste tão impressionante entre a penúria atual e o ritmo acelerado das obras e de novos projetos no ano passado mostra, no mínimo, improvisação em vez de planejamento, açodamento no lugar de seriedade. A realidade vem desmentindo a imagem de competência administrativa utilizada na propaganda de Paulo Maluf e Celso Pitta.

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