São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aids provoca mais estigmas

DA REVISTA DA FOLHA

Com o apropriado nome de "Alma", a secretária-executiva Alma Coletti Santander, 50, é uma das fundadoras da Associação dos Voluntários no Apoio aos Portadores de Aids (Avaids).
"Em 89, o Hospital Emílio Ribas fez um treinamento de três meses para voluntários que quisessem trabalhar com doentes de Aids. Entrei porque tenho sempre a vontade de conhecer de perto aquilo que me assusta", diz Alma.
Ela conta que descobriu "um cenário trágico, de famílias que abandonavam os pacientes ou estavam na miséria, porque o chefe da família estava doente."
O primeiro trabalho de Alma foi combater o despreparo das famílias para lidar com a doença.
"Vamos à casa do paciente, lavamos sua roupa, damos banho, para mostrar à família que não há risco de contágio", diz Alma.
Hoje, a Avaids é uma extensão do serviço social dos hospitais. "O Emílio Ribas entra em contato conosco dizendo que tem um paciente ou uma família que precisa de apoio", explica.
A entidade dá apoio material, psicológico, jurídico e afetivo para 120 famílias. O trabalho inclui tentar reestruturar o núcleo familiar.
O trabalho como voluntária atrapalhou no início a vida familiar de Alma. Seu filho reclamava de dividir a atenção da mãe. "Isso consome muito do meu tempo."

Texto Anterior: Religiosa cuida de mal de Hansen
Próximo Texto: Associação quer dar vida maior
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.