São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997 |
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Trocando presentes; Momento de decisão; Menos juro, mais imposto; Retendo água; Sem fundo; Aposta a favor; Taxa de ocasião; Reveillon no exterior; Esconde-esconde; Energia renovável; Contra a parede; Novo pedágio; Na veia; Mais munição; Cortando salários; No limite; Recordar é viver; Tempo de validade Trocando presentes Na avaliação de José Roberto Mendonça de Barros, secretário de Política Econômica, o efeito dos juros altos será menor no Natal e os setores têxtil e de alimentos podem "sair ganhando". Momento de decisão Para Mendonça de Barros, o peso do juro passará a ser decisivo no primeiro trimestre de 98, "no momento da reposição de estoques". Ou seja, é naquele momento que se definirá o tamanho da freada. Menos juro, mais imposto Em suma, o desejo do governo é que o cenário internacional melhore e permita mudar a química do ajuste: estabilizar as expectativas com queda na taxa de juros e maior peso fiscal. Retendo água Segundo o secretário, na negociação do pacote com o Congresso, o essencial é evitar que o esforço de ajuste de R$ 20 bilhões "seja desidratado". Para ele, o Congresso "percebeu a importância do ajuste. Não há paralisia. Nada empacou. Ao contrário". Sem fundo Comentário de um analista: "O governo nega. Mas se a coisa apertar mesmo -e a crise, certamente, ainda não terminou- é melhor ir ao Fundo do que ao fundo". Aposta a favor Alguns bancos começam a apostar que o pior do "El Niño" financeiro já passou. Serão fechadas na próxima semana as primeiras operações de arbitragem de juros -captar recursos no exterior e investir em títulos cambiais. Essa aposta só será lucrativa se o governo não precisar mexer no câmbio. Taxa de ocasião Para analistas, ainda existe um importante obstáculo na negociação para a renovação dos eurobônus: bancos credores e empresas não se entendem quando o assunto é o preço (o juro que será pago). Reveillon no exterior Os analistas avisam: dezembro será um mês de muitas saídas de dólares. Calcula-se uma perda mínima de reservas de US$ 2 bilhões. Esconde-esconde As operações fiscais vão explicar parte da saída de dólares. A meta será pagar menos IR. Energia renovável O governo aposta muitas fichas no resultado do leilão da Enersul, marcado para quarta-feira. Contra a parede Para Raul Velloso, o corte previsto para Estados e municípios -com novas restrições para o financiamento- embute quedas-de-braço. "Obrigados a pagar os juros das dívidas de curto prazo, os Estados terão de atrasar o pagamento de pessoal." Novo pedágio A lógica do pacote, afirma Velloso, é "vamos vender tudo o que tiver. Se puderem vão fazer uma concessão até para que as pessoas possam passar pela frente do Palácio da Alvorada". Na veia Detalhe: o recurso obtido com a concessão -diferentemente da privatização- entra no caixa do Tesouro como se fosse imposto. Mais munição "A crise deu bala para a cartucheira da equipe econômica", diz Raul Velloso, que completa: "Ela está fortalecida. A reforma administrativa estava parada. Agora, acabou o impasse". Cortando salários Para Amaury Bier, do Ministério do Planejamento, dois pontos da reforma administrativa poderão ter impacto já em 98. O primeiro é a disponibilidade (que permite deixar o funcionário em casa ganhando um salário proporcional ao tempo de contribuição). No limite Especialmente nos Estados, diz Bier, poderá haver demissões se os gastos com a folha superarem o limite estabelecido pela Lei Camata. Recordar é viver Em 95 (primeira alta brusca de juros do Real), as taxas puderam ficar elevadas por mais tempo, diz o Lloyds Bank. Tempo de validade Em 95, não havia um calendário eleitoral tão próximo, os juros internacionais eram mais altos e os ganhos sociais do Real estavam bem presentes, afirma o banco. E-mail: painelsa@uol.com.br Texto Anterior: Prosposta da Receita data do ano passado Próximo Texto: Tropeço autoritário Índice |
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