São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997
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Árbitros nacionais ditam rumo da Copa

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Por ser o atual campeão mundial, o Brasil não disputou as eliminatórias para a Copa do Mundo da França, mas nem por isso deixou de marcar grande presença em campo na competição.
Os árbitros brasileiros foram, de longe, os mais solicitados para apitar os jogos das eliminatórias.
No total, incluindo os jogos decisivos programados para hoje, 28 partidas contaram com a mediação de juízes nacionais.
O mineiro Márcio Rezende de Freitas realiza hoje sua oitava partida nas eliminatórias -é o recordista em atuações.
O goiano Antônio Pereira da Silva é o segundo juiz nacional mais procurado, com seis convocações. Já o pernambucano Wilson de Souza Mendonça foi escalado em cinco oportunidades.
O carioca Cláudio Vinícius Cerdeira e o cearense Francisco Dacildo Mourão foram requisitados três vezes. O sergipano Sidrack Marinho dos Santos atuou em dois jogos. Outro carioca, Carlos Elias Pimentel, trabalhou uma vez.
Para se ter uma idéia da maciça presença dos árbitros brasileiros nas eliminatórias, a segunda arbitragem mais solicitada para a competição, a tailandesa, foi aproveitada em 15 oportunidades.
Os juízes do México foram os terceiros mais utilizados nestas eliminatórias. Em 14 partidas, o árbitro era mexicano. Os norte-americanos vêm logo em seguida no ranking dos árbitros mais procurados. Atuaram em 13 partidas.
A França, que por ser o país-sede do Mundial também não disputou as eliminatórias, esteve representada por seus juízes em 12 jogos, número igual ao obtido pelos árbitros da Alemanha e da Itália.
O domínio brasileiro nas eliminatórias sul-americanas é flagrante. Incluindo a rodada de hoje, a competição dispõe de 72 jogos. Em 25 desses, um juiz nacional foi escalado, o que representa 34,7%.
Argentinos, colombianos e mexicanos foram os que mais apitaram na América do Sul depois dos brasileiros: seis vezes (8,3%).
Globalização
Nestas eliminatórias, houve um grande intercâmbio de árbitros pelas seis regiões da competição -África, América do Sul, Ásia, Concacaf, Europa e Oceania.
Em três oportunidades, um juiz nacional foi escalado para apitar partidas da Concacaf, que engloba a América do Norte, a América Central e o Caribe.
Antônio Pereira da Silva, que atuou na goleada de 6 a 0 do México sobre a Jamaica, estará hoje em San José, trabalhando na partida entre Costa Rica e Canadá.
Márcio Rezende de Freitas foi o árbitro da partida em que a Jamaica venceu a seleção de El Salvador por 1 a 0, em Kingston.
Para as eliminatórias sul-americanas, foram convocados árbitros do México, dos EUA, da Costa Rica e até da Jamaica.
Nos Jogos da Concacaf, além dos brasileiros, marcaram presença árbitros de Argentina, Peru, Chile, Paraguai, Colômbia, Uruguai, Bolívia, Emirados Árabes Unidos, Itália e Espanha.
Pela Ásia, passaram juízes de Egito, Mali, Marrocos, Austrália, México, Inglaterra, Argentina, EUA, Dinamarca, Níger, Costa Rica, Holanda e Itália.
Jogos da África tiveram árbitros de Síria, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Japão.
Nas partidas das eliminatórias da Oceania, trabalharam juízes de Japão, Síria e Tailândia.
Países sem tradição no futebol cederam vários árbitros para as eliminatórias. Além da Tailândia, que só perdeu em número de arbitragens para o Brasil, Síria e China, por 11 e 10 vezes, respectivamente, tiveram um juiz em campo.
Países que não tiveram nem suas próprias seleções atuando nas eliminatórias foram representados na competição por árbitros. É o caso, por exemplo, da Coréia do Norte, de Myanma, de Botsuana, de Benin e de Níger.

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