São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Asma, o mal que não acabou

IZABELA MOI

Apesar dos novos tratamentos, números de casos da doença aumenta
Apesar de todos os avanços na área -diagnóstico mais precoce e mais exato e novas drogas-, o número de mortes causado pela asma não diminuiu com os anos: ao contrário, tem aumentado.
A doença atinge 7,5% da população mundial (150 milhões) e mata cerca de 800 pessoas por ano no Brasil. Metade dos casos começa em crianças de até 10 anos -a maioria, meninos.
A asma é uma inflamação crônica que, durante as crises, faz com que o portador sinta muita dificuldade em respirar. Se a crise não for medicada, com as famosas bombinhas que contêm cortisona, o paciente pode sufocar. A crise significa acúmulo de secreção, inchaço da mucosa e contração dos músculos dos brônquios.
"A descoberta de que a asma é uma doença inflamatória e não alérgica abriu novas possibilidades de prevenção", explica José Roberto Jardim, chefe de pneumologia da Universidade Federal de São Paulo. Isso significa o uso contínuo de antiinflamatórios para evitar crises periódicas.
Carlos Roberto de Carvalho, chefe do ambulatório de pneumologia do Hospital das Clínicas, afirma que a maioria dos novos medicamentos já chegou ao Brasil. Por causa das disposições assinadas na Eco-92, os sprays que usam gás SFC estão sendo abolidos. "As indústrias farmacêuticas estão substituindo a bombinha por outras formas de aplicação dos medicamentos", explica Carvalho.
Remédios em pó, que são aspirados pelo paciente, estão aparecendo como alternativa. Segundo o médico, atingir diretamente o pulmão é o método mais eficaz para as crises. A outra solução, essa inédita no Brasil, são as bombinhas que usam outro gás como propulsor, o HFA (Hidroxi-Flúor Alcano).
A asma não tem cura, porque ainda não se conhece sua causa. "A descoberta do gene da asma foi anunciada oficialmente apenas em maio deste ano, em um congresso americano", diz Carvalho. Para Jardim, "esse gene pode ser a primeira pista para a descoberta da causa e da cura".

Texto Anterior: Olho vivo e faro fino
Próximo Texto: Nadando com fôlego
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.