São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 1997
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Governo lança manual sobre Aids

BETINA BERNARDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids lança hoje um manual com diretrizes e procedimentos básicos em relação ao aconselhamento sobre essas doenças.
O manual faz parte de uma estratégia mais individualizada em relação à prevenção contra a Aids nas atividades assistenciais, diferenciando-se de outras que têm como alvo a população como um todo ou parte dela (grupos socioeconômicos, como caminhoneiros).
A proposta é que os profissionais de saúde estejam habilitados a fazer esse tipo de aconselhamento durante a consulta médica, que é considerada um momento privilegiado para esse tipo de ação.
Como a Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis envolvem práticas íntimas, a coordenação considera que, durante o atendimento individual, com a presença apenas do médico, o paciente tem possibilidade de fazer uma avaliação de seu próprio risco.
O manual será distribuído para profissionais de saúde. Além da prevenção primária ao HIV, o aconselhamento tem por objetivo a adesão do cliente ao tratamento, se ele estiver com o vírus, o tratamento do parceiro sexual, a redução do estresse e a adoção de práticas preventivas.
O manual destaca que, como o aconselhamento pode implicar oferta de teste anti-HIV, é importante lembrar ao paciente que a realização do teste é voluntária.
É recomendado, por exemplo, que os serviços de pré-natal ofereçam aconselhamento e teste anti-HIV para as gestantes, devido ao crescimento do número de casos de Aids entre mulheres. Em função dos avanços terapêuticos na área, é possível diminuir as chances de contágio do feto.
O livro consolida práticas que até então vinham sendo adotadas de forma aleatória.
Diante de um resultado negativo no teste para detecção do vírus HIV, por exemplo, o manual recomenda que o profissional lembre ao cliente que o resultado negativo não significa imunidade.
(BB)

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