São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 1997
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Animal morre antes do socorro

DA AGÊNCIA FOLHA EM CAMPO GRANDE

A maioria dos animais atropelados na rodovia BR-262, a "Transpantaneira", que são socorridos já chega morta ao Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) em Campo Grande (MS).
O Cras, mantido pelo governo do Estado, é um "pronto-socorro" da fauna silvestre.
O centro já atendeu cerca de 6.000 animais desde sua criação, em 88. Dos que chegaram vivos, 32% morreram e 53% foram recuperados e devolvidos ao habitat.
"Os animais acidentados na rodovia, pela violência da batida, dificilmente escapam com vida", disse a zootecnista Gláucia Seixas, 31, coordenadora do Cras.
O último animal de grande porte atropelado na BR e atendido pelo Cras foi um veado catingueiro, atingido por um ônibus a cerca de 200 km de Campo Grande.
O animal chegou ao Cras trazido pelo motorista do ônibus, com múltiplas fraturas, e morreu em seguida.
Os atropelamentos de animais do Pantanal não estão restritos à BR-262. Outras cinco estradas da região, de terra, monitoradas pelo pesquisador Wagner Fischer, 27, também registraram mortes nos últimos dezoito meses.
Na pesquisa, Fischer considerou apenas os animais achados mortos na pista ou no acostamento da BR e em estradas vicinais. O número de animais atingidos pelos carros que, feridos, acabam morrendo no mato é uma incógnita.
O pesquisador sugere o uso, por baixo da pista da rodovia, de tubos de grande diâmetro para facilitar a passagem dos animais, além de grades de proteção e melhoria da sinalização.
Sobre a responsabilidade dos governos militar e estadual em haver construído uma rodovia sem cuidados com a fauna, o pesquisador não comenta. "Não quero achar culpados, mas apontar soluções."

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