São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 1997
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Entidade estuda critérios

RUBENS VALENTE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PASSO DO LONTRA (MS)

O chamado turismo ecológico, feito sem controle, causando danos ao meio ambiente, não está restrito ao Pantanal, mas atinge praticamente todos os parques nacionais do país.
A avaliação é do biólogo Alcides Faria, 44, membro da Câmara Técnica de Ecoturismo do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) e secretário-geral da Coalizão Rios Vivos, que congrega mais de 300 ONGs (organizações não-governamentais).
O Conama, desde dezembro último, discute formas de incentivar e normatizar o ecoturismo.
Faria disse que hoje o Pantanal tem sofrido "danos irreversíveis" com o turismo predatório. Ele teve acesso, por exemplo, a imagens de vídeo de um hotel da região em que os turistas aparecem laçando jacarés e cobras, para tirar fotografias ao lado dos animais.
Segundo Faria, a postura politicamente correta do turista inclui manter distância dos animais -observando-os à distância-, interagir com as comunidades locais, respeitar as orientações dos guias e cuidar do lixo.
A professora de Mestrado em Educação Ambiental da UFMS Ângela Zanon, 45, vê a necessidade de uma presença "mais eficiente" do governo nos locais turísticos. A simples proibição de acesso não funciona, segundo ela. Além do quê, não há estrutura de fiscalização suficiente.
Polícia florestal
Para fiscalizar os 86 mil quilômetros quadrados de Pantanal de Mato Grosso do Sul e seus 12 rios, a Polícia Florestal dispõe de apenas 118 homens nas três principais cidades da região.
O efetivo previsto para essas cidades, segundo relatório da polícia entregue a várias autoridades do Estado, era de 334 homens -há 10 anos, quando a Florestal foi criada.
Por falta de recursos, como combustível, os florestais, segundo o comandante Paulo Navega, 45, têm de usar criatividade, além de fazer parcerias com empresas e fazendeiros.
(RV)

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