São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 1997
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Globalização muda perfil da propaganda

DA REPORTAGEM LOCAL

Talento e criatividade são os principais fatores para que agências de propaganda locais superem as internacionais na luta por melhor posicionamento em seus mercados.
Essa foi a conclusão apresentada pelo publicitário Mario Cohen, presidente da Futura Propaganda, na palestra "É mais difícil ser local do que global na Propaganda Contemporânea", promovido pela Folha na última semana.
Para Cohen, o talento pode ser medido pela "capacidade de administrar a informação".
A capacidade que as agências antes possuíam de vender a informação, que não estava disponível às pequenas agências, perdeu sua força no contexto da globalização.
Cohen afirmou que, antes da globalização, mercado e economia andavam juntos, porque a economia era vista como resultante do mercado. Mas isso deixou de ocorrer. "Agora a economia reage a movimentos globais, e o mercado, a movimentos locais".
Para Cohen, a propaganda resulta do mercado, e não da economia. Sua essência é manter ou mudar hábitos e comportamentos, o que, por sua vez, é uma questão local.
Para ele, à medida que as agências se internacionalizavam, reproduziam o que as matrizes queriam, sem se preocupar com as culturas locais. A prática levou à globalização de hábitos e atitudes.
Cohen disse achar que o grande erro das agências internacionais está na questão do alinhamento de suas mensagens.
As agências fracassam ao alinhar suas contas, o que se torna mais barato, pois o cliente paga e anuncia de uma vez, e, aparentemente, resolve o problema de uma vez.
Segundo o publicitário, "ou as agências aprendem a trabalhar no mercado local para resolver problemas locais, ou caem fora".
Afinal, sempre haverá um agência local independente que vai conseguir adequar as campanhas com o conhecimento do mercado.

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