São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 1997 |
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Natureza do país é um convite à solidão
JOÃO BATISTA NATALI
Há as praias constantemente quentes do noroeste, norte e nordeste. É junto a estas últimas que fica a Grande Barragem, banco de corais de 1.900 km, com largura variando de 19 km a 240 km. Para quem gosta de mato, o sudeste do país concentra inteiramente os 50 milhões de hectares de florestas. Metade delas é de eucalipto, a árvore nacional que o Brasil importou e da qual possui só espécimes bem mais jovens. Há também os desertos, que correspondem a mais ou menos a metade do território australiano. Neles, a presença humana é rarefeita. É possível viajar 400 km sem cruzar vivalma. O semi-árido é interessante. Representa o grosso do Estado da Austrália do Sul. É por lá que se usa, no vocabulário turístico, a palavra "outback". É a conjunção dos termos "out" (fora) e "back" (atrás, recuado), que, em tradução livre, seria mais ou menos a região onde Judas perdeu as botas. É justamente aí que está o seu charme. É uma área em que prevalecem as "sheep stations" (fazendas ou cooperativas de criação de ovelhas). O rebanho fica disperso. É reunido por caubóis de moto orientados por helicópteros. Rádio A distância entre uma "station" e a vizinha não permite receitas tradicionais de prestação de serviços públicos. Os alunos têm aula por radiofone. Vêem a carinha um do outro só durante suas festas anuais. Em caso de emergência médica, os doutores chegam de avião. Faz parte do "INPS" australiano. Em troca de uma apólice que custa R$ 400 por ano, o morador rural tem direito a essa forma de assistência. Uma dica importante para quem estiver dirigindo pelas estradas do deserto ou das regiões semi-áridas. Não se esqueça, em momento algum, que na Austrália se guia do lado esquerdo da pista, como no Reino Unido ou no Japão. Outra dica: a velocidade máxima é de 110 km/h. A polícia tem um olhar muito afiado para deter e multar os infratores. Uma última dica: qualquer chuvinha no deserto provoca enxurradas monumentais. Como as estradas não têm pontes sobre esses rios cada vez mais inesperados em tempos de El Niño, o conselho é ficar de olho nos pilares que indicam o nível da água. Há lugares em que nem jipe com tração nas quatro rodas e motor potente consegue passar. Texto Anterior: Turismo gera US$ 14,1 bilhões Próximo Texto: PACOTES Índice |
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