São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 1997 |
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Pernambuco tem a maior queda
SEBASTIÃO NASCIMENTO
Mas, na opinião de Ermírio de Azevedo Filho, superintendente do Fundo Estadual de Terra, mais do que a ameaça das invasões, a crise agrícola contribuiu para a derrubada dos preços. Para ele, o retorno incerto do dinheiro investido é o principal problema da agricultura no Estado. "A crise é geral. No Agreste pernambucano, as pecuárias de leite e de corte não dão lucro. Na Zona da Mata, a situação ainda é pior, com a quebradeira geral das usinas de cana-de-açúcar", explica Azevedo. No Espírito Santo, onde os preços das terras de lavouras caíram 29,51% entre junho de 96 e junho último, Itamar de Souza, agrônomo da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), aponta a seca que atinge o Estado há três anos e a crise da cafeicultura como principais causas da desvalorização. "As lavouras de café ficaram debilitadas devido à crise dos últimos anos. Mais recentemente, a recuperação dos preços não foi suficiente para dar fôlego aos produtores." Conflitos de terra, diz Souza, existem, mas em número baixo devido à configuração fundiária do Estado (pequenas propriedades). Já em Mato Grosso do Sul, os preços das terras de lavoura caíram 15,73% em doze meses, enquanto os de terras de pastagens ficaram praticamente estáveis no período (queda de apenas 0,27%). "Os conflitos têm influência, mas a baixa remuneração do agricultor é que fez os preços da terra caírem", diz o agrônomo Laurindo Faria, da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul. Ele ressalva, porém, que nas regiões onde existem médias e grandes fazendas de gado, como em Naviraí, os sem-terra rondam as áreas de pastagem e o preço da terra está perdendo valor. Texto Anterior: Crise e risco agrário depreciam as terras Próximo Texto: Rainhas são retidas no aeroporto Índice |
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