São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 1997
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Quércia e cia.

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

- Venha comigo.
Era Orestes Quércia, em outro de seus tantos comerciais, ontem na televisão.
No mesmo dia, ele deu entrevista defendendo a desvalorização do real e encontrou-se com Roberto Requião, o mesmo que o acusou de corrupto e muito mais.
E ainda quer companhia.
*
Diálogo entre o âncora Boris Casoy e Roberto Requião:
- Mas o senhor não era inimigo mortal de Orestes Quércia, e vice-versa?
- No momento, eu estou procurando acentuar coincidências...
Pelo que diziam ambos os peemedebistas, sempre houve coincidências.
*
Pedro Malan falou e voltou atrás. Antônio Kandir falou e voltou atrás.
Mas FHC é o presidente da República e pode mais do que a equipe econômica.
Ele voltou atrás de voltar atrás. Foi ontem, segundo Michel Temer, assim citado na televisão:
- Fernando Henrique disse que espera que, se o Congresso fizer modificações mantendo os R$ 20 bilhões, a equipe econômica tenha compreensão para aceitar.
A equipe econômica, talvez. O resto do país seguirá sem "compreensão" alguma, sem qualquer direção.
Por essas e outras é que os tucanos não se encontram. Ontem a Globo registrou que economistas tucanos acham que o pacote fiscal não prejudica a classe média. Talvez venham a dizer o contrário, mais à frente.
Se FHC voltar atrás.
Sem direção, os tucanos e o país vão tratando de cuidar do que é seu.
Por exemplo, o secretário-geral dos tucanos surgiu ontem na televisão achincalhando a própria equipe econômica, porque não foi avisado de que seriam cortados incentivos à Zona Franca de Manaus, seu grotão.
Cada um por si.

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