São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 1997
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'Papagaio de pirata' pega carona eleitoral

Candidatos aproveitam caravanas

ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

Nem bem começou a corrida eleitoral de 1998 e os chamados "papagaios de pirata" já estão atrás -ou ao lado ou, às vezes, na frente- dos candidatos ao governo do Estado de São Paulo.
Primeiro a peregrinar pelo interior do Estado em campanha, o ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) é hoje o "pirata" mais disputado.
Diversos candidatos a deputado têm acompanhado as caravanas malufistas para aparecer com o ex-prefeito e, quem sabe, conseguir alguns votinhos.
Alguns deles são capazes de percorrer 300, 400 ou mais quilômetros de estradas por dia, apenas para posar ao lado de Maluf.
É o caso do vereador de São Carlos Antonio Zanette (PL), 57, que já acompanhou cinco caravanas, percorrendo cerca de 50 cidades.
Como não possui muitos recursos para hotéis (e nem intimidade suficiente para se hospedar junto com a comitiva), Zanette sai bem cedo e volta no início da noite para sua cidade.
Na quinta-feira da semana retrasada, Zanette saiu sozinho de casa e, dirigindo sua caminhonete, recepcionou a comitiva de Maluf em Tapiratiba, distante cerca de 170 km da sua cidade.
No mesmo dia esteve em Caconde, Divinolândia, São Sebastião da Grama, São José do Rio Pardo, Itobi e Casa Branca.
"Para ser lembrado, é preciso estar nas cidades", afirma Zanette, que espera obter cerca de 40 mil votos no ano que vem.
Intimidade
Nas cidades que visitam, os "papagaios de pirata" distribuem cartões, panfletos e apertos de mão. Costumam atender também às pessoas como se fossem amigos íntimos de Maluf. "Venha cá, tire uma foto com a gente", costumam dizer para os eleitores mais tímidos.
Não é difícil identificar um "papagaio de pirata" em ação. Nos momentos de maior apelo nos discursos de campanha, é ele que grita: "Muito bem, doutor".
O ex-prefeito de Leme Geraldo Macarenko (PFL), 49, também busca uma cadeira na Assembléia Legislativa e já conheceu cerca de 60 cidades com Maluf.
Médico, diz que visita apenas as regiões onde desconfia que não vai haver outro candidato pela sua legenda. "Vou conhecer os problemas da população."
Candidato à reeleição, o deputado Nelson Salomé (PL) diz que acompanha as caravanas para não se preocupar com a organização dos roteiros.
"As lideranças locais já estão reunidas, fica mais fácil."

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