São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 1997 |
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Acordo pode derrubar teto salarial de servidor público Governistas negociam medida com "bancada dos aposentados" LUIZA DAMÉ
A exemplo do que ocorreu no primeiro turno da reforma administrativa, a chamada "bancada dos aposentados" -com cerca de 120 deputados- está ameaçando votar contra a emenda no segundo turno, marcado para amanhã. Na semana passada, o líder foi procurado por deputados aposentados para negociar uma maior flexibilidade do teto salarial. Os deputados querem a volta do extrateto. Ou seja, uma exceção para que possam acumular um salário e uma aposentadoria acima do teto. O teto do serviço público, segundo a emenda, será equivalente ao maior salário de um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), hoje R$ 12.720. Nenhum servidor poderá ter salário superior ao teto, incluindo as vantagens pessoais. Luís Eduardo enfrenta dificuldades regimentais para atender aos deputados aposentados. Nesta fase de votação, a emenda só pode ser mudada pela supressão de dispositivos, sem alterar o seu teor. Uma possibilidade seria suprimir o teto salarial. "Nem pensar. Tirar o teto será muito ruim", afirmou o relator da reforma, deputado Moreira Franco (PMDB-RJ). Os governistas contam com a repercussão negativa dessa proposta para isolar os deputados aposentados. "A votação vai depender do que vocês vão escrever", disse o deputado José Aníbal (PSDB-SP), vice-líder do partido, dirigindo-se aos jornalistas. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), disse ontem que a votação da reforma administrativa será concluída até o final da semana. "Diante de uma perspectiva de crise, sinto-me autorizado a convocar os deputados", afirmou. Temer cancelou as viagens oficiais de deputados marcadas para esta semana. O presidente sugeriu que a delegação de observadores da reunião da ONU (Organização das Nações Unidas) transferisse a viagem para outra semana. Os líderes governistas conseguiram ontem mobilizar os deputados para a abertura da sessão: 67 estavam na Câmara às 14h. Sem essa sessão, a votação não poderia ocorrer amanhã. Texto Anterior: A Folha ontem na opinião do leitor Próximo Texto: Mudança no jogo Índice |
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