São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 1997
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Morte de grávida terá confronto de versões

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia vai confrontar esta semana novos depoimentos de Marcos Cardoso -cuja mulher, grávida de sete meses, foi morta na última quarta-feira- e do bombeiro Laércio Tadeu de Araújo, cuja versão sobre o caso se tornou desfavorável a Cardoso.
Elisângela Rodrigues Cardoso, 19, foi morta dentro do Fiat Uno de seu marido, por volta das 20h30, entre Diadema e São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
Segundo Cardoso, ele e sua mulher teriam sido abordados por dois ladrões, em Diadema.
Os assaltantes, que teriam se sentado no banco traseiro, teriam atirado porque Cardoso olhou para trás. Em seguida, deram outro tiro, na Anchieta. Os dois disparos acertaram a cabeça de Elisângela.
Segundo o depoimento do soldado Laércio Tadeu de Araújo, ele teria visto um homem em um Fiat Uno jogando uma bolsa para fora do carro, na Anchieta. Ele anotou a placa do carro -a mesma do Uno de Cardoso. O PM parou para apanhar a bolsa e verificou que os documentos eram de Elisângela.
"Temos duas versões sobre o caso. O marido (Marcos Cardoso) não é o principal suspeito, embora haja a possibilidade de ele não ter contado a verdade", afirmou o delegado-titular do 1º DP de Santo André, Guerdson Ferreira.
A polícia precisa eliminar algumas dúvidas sobre o caso. Primeiro, por que não foram encontradas cápsulas dentro do carro?
Embora ainda não haja laudo sobre isso, Ferreira disse que os projéteis retirados de Elisângela seriam de arma automática.
"A arma automática ejeta as cápsulas. Como não foram encontradas no carro, elas teriam sido retiradas pelo assassino."
Outra questão é saber por que o bombeiro viu apenas um homem no Uno. Os ladrões poderiam estar abaixados e Elisângela, já morta. Mas quem teria jogado, nesse momento, a bolsa para fora? Cardoso disse à Folha que não jogou e não viu ninguém jogando a bolsa.
Segundo Ferreira, parentes de Elisângela e de Cardoso "falam sempre muito bem do casal". O mesmo dizem colegas de trabalho de Cardoso, que toca violino em uma igreja evangélica de Mauá.

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