São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 1997
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Engenheiro diz fugiu sob pressão política

Acusado de desvio presta depoimento

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

O engenheiro Miguel Orofino, 44, disse ontem que saiu do país e abandonou a família, há cinco anos, porque estava sofrendo "pressões políticas".
O engenheiro, acusado de ter desviado US$ 25 milhões em dinheiro público da construção de uma ponte em Florianópolis, prestou depoimento ontem no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
Foi a primeira vez que ele admitiu que sua saída do país se deveu às denúncias de desvio de dinheiro. Até então, ele declarava que havia viajado para "viver uma aventura pessoal".
Orofino retornou na última sexta-feira à capital catarinense, após passar cinco anos foragido da Polícia Federal. Ele saiu de Florianópolis acompanhado de sua secretária, Meire Ouriques, deixando para trás mulher e três filhos.
O engenheiro foi preso por agentes da Interpol e da PF (Polícia Federal) em Sintra (Portugal), em 15 de outubro. Ontem, Orofino evitou falar com a imprensa após o depoimento, o primeiro dado à Justiça desde o retorno ao Brasil.
"Foi um conjunto de fatores que o levaram a deixar o país. Um destes fatores foram as acusações com objetivos políticos e eleitorais que Orofino sofreu", declarou Caon.
Sem se referir especificamente a políticos, o advogado citou o PPB e o PFL como os responsáveis pelas acusações. Os dois partidos fazem oposição ao PMDB, que hoje está novamente no governo do Estado.
Orofino negou que tenha feito desvio de recursos e superfaturamento da obra. "A ponte custou exatamente o que tinha de custar", afirmou, no depoimento.
O engenheiro reafirmou que não vivia como um foragido, que não sabia que era procurado pela polícia e que usava nome e documentos verdadeiros em Portugal.

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