São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 1997
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Crash

MELCHIADES FILHO

Âncora cambial, déficit fiscal, desvalorização da moeda. De onde virá a próxima cacetada?
Se você está desolado com o blablablá econômico, faça como os investidores norte-americanos: torça fervorosamente por Michael Jordan.
O mercado financeiro dos EUA -e, de certa forma, a economia global- vem oscilando na mesma frequência do melhor jogador do basquete.
É o que mostra curioso estudo da corretora nova-iorquina Twenty-First Advisors.
Um exemplo? Desde o final de 1990, o índice Dow Jones, principal termômetro da Bolsa de NY, praticamente triplicou.
Nesse período, liderado por Jordan, o Chicago Bulls ganhou cinco campeonatos da NBA (1991, 1992, 1993, 1996 e 1997).
Na década de 90, o único ano de timidez para o mercado de ações foi 1994, quando o Dow Jones subiu só 2%.
Mas em 1994, lembre-se, Jordan estava afastado do basquete, arriscando-se no beisebol.
Aliás, no dia em que ele tornou pública a sua intenção de retornar às quadras, o Dow Jones cresceu 52 pontos.
Em 1996, quando o cestinha recolocou os Bulls no trilho dos títulos, o índice da Bolsa superou 5.600 pontos. Um ano depois, o pentacampeonato do Chicago era celebrado em Wall Street com o Dow Jones na casa, recorde, de 7.700 pontos.
As coincidências não se limitam aos anos 90, contudo.
Em 18 de fevereiro de 1963, por exemplo, o Dow Jones subiu 2,9 pontos. Foi a primeira sessão da Bolsa de NY após o nascimento do bebê Jordan.
De 1981 a 1984, quando o atleta disputava torneios universitários (conquistou um título), o termômetro pulou 30%.
Wall Street também não ignora a decadência dos Bulls.
Há três semanas, quando Jordan voltava a falar em aposentadoria e o Chicago iniciava titubeante a temporada, a Bolsa despencou 554 pontos, o maior recuo desde o crash de 1987.

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