São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 1997
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Rio pode ficar com o primeiro finalista

MATINAS SUZUKI JR.
DO CONSELHO EDITORIAL

Meus amigos, meus inimigos, Flamengo e Vasco fazem, no fim-de-semana, o principal jogo da segunda rodada da segunda fase do Brasileiro-97.
É ocioso dizer que o Vasco está muito bem em um torneio que, segundo tudo indica, não trará grandes novidades para o futebol brasileiro.
Mas todo mundo sabe que os clássicos regionais são os piores jogos para os times considerados como favoritos, pois envolvem aspectos extratécnicos como a divisão do estádio em duas torcidas praticamente iguais em tamanho, o clima de disputa que se cria na cidade, a tradição e o peso da camisa dos concorrentes etc.
Na riquíssima antropologia do futebol, são também nos clássicos regionais que os santos são mais solicitados, as mandingas mais requisitadas, enfim, eles são o tipo da festa que o famoso Sobrenatural de Almeida do Nélson Rodrigues adora frequentar.
Entre todos esportistas, talvez o jogador de futebol seja o que mais acredita na força do imponderável e, portanto, o comportamento de cada um deles passa a sofrer de uma instabilidade emocional muito grande nos clássicos regionais de grande relevância.
A maioria dos jogadores do Vasco é quase uma Napoleão de tantas batalhas importantes experimentadas por suas pernas.
Mas nem mesmo eles ficarão indiferentes à força da torcida do Flamengo e à consciência de que o rubro-negro é dirigido por um técnico competente como Paulo Autuori.
Além disso, havendo vitorioso, ele será o único do grupo a acumular seis pontos nas duas primeiras rodadas dessa espécie de torneio relâmpago que é a segunda fase do Brasileiro-97, conseguindo uma grande vantagem a ser administrada nos jogos subsequentes (creio que dificilmente a Lusa, pagando o pecado da troca de técnico em hora errada, e o Juventude possam se qualificar para as finais).
Aliás, essa é a diferença entre o clássico regional do Rio e o clássico regional dos paulistas, que também será jogado no fim-de-semana.
Por aqui, um empate não será um mau resultado para o Palmeiras, que tem três pontos contra zero do Santos (e, além disso, o Atlético, outro que tem três pontos no grupo do alviverde, jogará contra um Inter disposto a tudo pela vitória, lá em Porto Alegre).
A menos que ocorram as hipóteses de o Palmeiras vencer o Santos e de o Atlético perder para o Inter, a situação no Grupo B é bem mais indefinida do que a do Grupo A (no qual os cariocas, com méritos para o bom desempenho, na média, de seus clubes no Brasileiro-97, parecem já ter garantido uma das vagas na final).
O risco para o Palmeiras será o de acreditar demais no cenário do empate e ceder espaço ao Santos como cedeu ao Inter, no segundo tempo do jogo do domingo. Poderá ser fatal.
Pelo menos nos 20 minutos iniciais, o alviverde deu ritmo ao jogo graças à movimentação de Zinho, ao trabalho de Rogério na destruição e também à forte, mas ineficiente, marcação do Inter no meio.

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