São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 1997
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Netanyahu enfrenta revolta em seu partido

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, está sendo ameaçado de perder o controle de seu partido, o Likud. Segundo o prefeito de Tel Aviv, Roni Milo, do Likud, os rebeldes precisariam apenas ter o apoio de 12 parlamentares.
Segundo Milo, "altos dirigentes" do Likud, fartos com a liderança de Netanyahu, estão tentando reunir a maioria dos deputados do partido para realizar um motim parlamentar que deixaria Netanyahu sem legenda.
"Estamos falando de um processo muito complexo de reunir 12 membros do Likud, que formariam uma maioria (entre os parlamentares do partido) e permaneceriam com o nome Likud", disse Milo.
Netanyahu lidera uma coalizão com 32 membros no Parlamento israelense (de 120 cadeiras), dos quais 22 são do Likud. Os 12 rebeldes formariam maioria dentro do Likud e poderiam tentar obter o controle do partido.
Milo disse que uma minoria do Likud poderia também rachar com o partido e formar uma nova agremiação. Ele não citou que parlamentares estavam se rebelando contra Netanyahu, atualmente visitando os EUA.
O analista político Yaron Dekel disse que as chances de um golpe partidário dar certo no futuro próximo são "mínimas", em parte pelo fato de os próprios rebeldes estarem divididos em relação à escolha de um novo líder.
"Netanyahu já provou que é um sobrevivente. Eu creio que ele sobreviverá a mais esta crise, mas duvido que complete o seu mandato até o ano 2000", disse Dekel.
O descontentamento com a liderança do premiê foi exposta na semana passada, após Netanyahu ter agido na convenção partidária para aumentar o seu poder no Likud.
Apesar da oposição de seus ministros, Netanyahu conseguiu aprovar medida concentrando poder no Comitê Central do partido, em detrimento de seus 200 mil filiados, na escolha dos candidatos às próximas eleições parlamentares.
Netanyahu controla o órgão, e ministros e deputados temem que ele concentre poder demais em suas mãos.
"Se Netanyahu continuar a liderar o Likud, ele o levará à lona", disse o ex-ministro e deputado do Likud Benny Begin, filho do premiê Menachem Begin.
"Não há outra alternativa a não ser a de tomar uma decisão difícil: não podemos continuar assim, temos de substituir o primeiro-ministro", disse Dan Meridor, que renunciou ao cargo de ministro das Finanças há vários meses por diferenças com Netanyahu.
Milo disse à rádio israelense que a liderança rebelde do partido "se esforçará para mudar o rosto do Likud, para iniciar um processo que leve à eleição de um novo candidato do Likud ao cargo de premiê".
"Há atividades muito sérias em andamento e deve-se esperar repercussões políticas dramáticas", disse Milo, prefeito da maior cidade israelense.

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