São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 1997
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Funcionários do Incra são reféns no PA

DA AGÊNCIA FOLHA

Quatro funcionários do Incra em Marabá (sudeste do Pará) foram feitos reféns no início da noite de ontem por manifestantes que há mais de uma semana invadiram o complexo que abriga a sede do órgão na cidade.
A informação é do chefe do Departamento da Área de Conflitos Agrários do Incra em Brasília, Gilmar Viana. Até as 20h de ontem, os quatro não haviam sido liberados.
Segundo a Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) e a CPT (Comissão Pastoral da Terra), que organizam o movimento, a decisão foi tomada após o anúncio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de que as negociações estavam suspensas.
A direção nacional do órgão decidiu, em reunião na tarde de ontem, suspender o processo de reforma agrária no sul do Pará e as negociações devido à "radicalidade" dos protestos.
Participam da manifestação trabalhadores rurais sem terra e pequenos agricultores.
Os funcionários do Incra foram retirados do hotel onde moram em Marabá e levados à força, segundo Viana, para uma das salas do Incra no complexo.
Os manifestantes -3.000 segundo a PM, 7.500 segundo a organização da manifestação- bloqueiam há mais de uma semana o portão de entrada do complexo.
Além do Incra, funcionam na área a Procuradoria da República e a Secretaria Municipal de Ação Social. Os três órgãos estão com os trabalhos suspensos.
Eles exigem novas áreas para reforma agrária, investimentos de R$ 108 milhões em 42 acampamentos e a substituição do superintendente do Incra na região, Petrus Emile Abi-Abib.
A Procuradoria Regional do Incra deve enviar hoje pela manhã uma comissão ao complexo.

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