São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 1997 |
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Famílias têm de beber lama
ADELSON BARBOSA
Em Cafundó, não há energia elétrica, o açude do qual os moradores bebem água secou e só resta lama. Sem alternativa, eles são obrigados a beber a água lamacenta. A água de outro açude existente em uma propriedade vizinha, pertencente a um deputado, é salobra, não serve para o consumo humano e também está secando. No açude de Cafundó, a lama é disputada por animais. Os moradores bebem a água lamacenta da forma como ela sai do açude. A dona-de-casa Maria Irani Pereira Santos, 29, disse que bebe a lama do açude de Cafundó porque não há outro jeito. "Não tem outra e não vou morrer de sede", disse Irani. Ela disse que, às vezes, coloca cimento dentro do pote de barro para tornar a água mais clara. A vizinha de Irani, Maria da Salete Paulo Pereira, 54, disse que os moradores de Cafundó querem comprar água, mas não têm dinheiro. Texto Anterior: Venda de água vira bom negócio na PB Próximo Texto: Governo culpa fenômeno El Niño Índice |
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