São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 1997
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Caso da grávida tem duas reconstituições

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia iniciou a reconstituição do assassinato de Elisângela Rodrigues Cardoso, 19, grávida de sete meses, como forma de confrontar as duas versões sobre o crime.
Anteontem à noite foi realizada a primeira reconstituição, segundo a versão de Marcos Cardoso, marido de Elisângela.
Elisângela foi morta na última quarta-feira dentro do Fiat Uno de seu marido, por volta das 20h30, entre Diadema e São Bernardo, na Grande São Paulo.
Segundo Cardoso, ele e sua mulher teriam sido abordados por dois ladrões, em Diadema.
Os assaltantes, que teriam se sentado no banco traseiro, teriam atirado porque Cardoso olhou para trás. Em seguida, deram outro tiro, na Anchieta. Os dois disparos acertaram a cabeça de Elisângela.
Ontem o delegado-titular do 1º DP de Santo André, Guerdson Ferreira, faria a segunda reconstituição, fundamentada na versão do bombeiro Laércio Tadeu de Araújo. O bombeiro diz ter visto um único homem em um Fiat Uno jogando uma bolsa para fora do carro, na Anchieta. Ele anotou a placa do carro -a mesma do Uno de Cardoso. O PM parou para apanhar a bolsa e verificou que os documentos eram de Elisângela.
"Pela primeira reconstituição, verificamos que a avenida onde os ladrões teriam abordado o casal é movimentada, mesmo às 20h30, horário provável do suposto assalto. É estranho não ter aparecido, até o momento, nenhuma testemunha do assalto. Em casos de repercussão como esse, surgem muitas testemunhas e denúncias anônimas", afirmou Ferreira.
Outra dúvida levantada pela reconstituição realizada com Cardoso foi sobre a trajetória das balas que mataram Elisângela.
"Marcos Cardoso diz que os tiros foram dados pelo assaltante que estava sentado atrás da moça. No entanto, a descrição da trajetória das balas que atingiram a cabeça da vítima é de cima para baixo e da esquerda para a direita, portanto, um ângulo difícil para quem teria disparado por trás."

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