São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 1997
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Caminhoneiros usam anfetaminas

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

A cada dez caminhões que trafegam nas estradas brasileiras, um está sendo dirigido por um motorista drogado, segundo uma pesquisa do centro de assistência à saúde do trabalhador em transporte da Universidade de São Paulo, concluído este ano. Cerca de 2 milhões de caminhões circulam pelo país.
Os rebites (estimulantes, em geral anfetaminas) são as principais drogas consumidas por esses motoristas, que chegam a enfrentar longas jornadas de trabalho -às vezes mais de 14 horas diárias.
Foram entrevistados e submetidos a exames de urina 647 caminhoneiros, em rodovias de São Paulo, Pernambuco, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
Na BR-101, em Recife, foi encontrada a maior incidência de motoristas que usam drogas psicoativas -cerca de 10%.
Já no sistema Anchieta-Imigrantes e na Nova Dutra, em São Paulo, além desses estimulantes foram encontrados indícios de cocaína e maconha -drogas consumidas em um período de até 24 horas antes do teste.
"Com as drogas, o motorista fica de olho aberto e continua dirigindo, mas sua cabeça está em outro mundo. É um perigo enorme", diz a médica Júlia Greve, uma das coordenadoras da pesquisa.
Menos mortes
O número de mortos em acidentes na capital paulistana caiu 9% nos dez primeiros meses de 97, em relação ao mesmo período de 96, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego. Foram 1.696 vítimas em 97 contra 1.861 em 96.
A empresa atribui o resultado ao programa de fiscalização automática dos cruzamentos e à implantação dos radares fotográficos antivelocidade, intensificada este ano.

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