São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 1997
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Lusa já estuda substituição de treinador

FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma "guerra de nervos" entre Carlos Alberto Silva e o La Coruña (Espanha) mantém indefinida a situação do treinador com a Lusa.
Silva chegou ontem a La Coruña dizendo que estava pronto para assumir o comando do clube galego.
O presidente da Lusa, Manuel Pacheco, disse que esperaria até hoje. "Ele garantiu que voltaria amanhã (hoje). Nos sentimos na obrigação de confiar. Caso não volte, buscaremos outro técnico."
Joel Santana seria o provável substituto (leia texto ao lado).
Em entrevista coletiva concedida ontem à imprensa espanhola, Silva disse que seu compromisso com a Lusa era como "colaborador".
"Estava no Maracanã como colaborador do clube, como havia combinado com o presidente Manuel Pacheco, que é meu amigo."
Silva disse ainda que está preparado para treinar o La Coruña.
"Não quero um acordo econômico, mas assumir o cargo. Se não me querem, que me paguem."
Anteontem, antes de embarcar, Silva afirmou que não existia "nenhuma possibilidade" de deixar o time brasileiro. Disse que comandaria o treino de hoje da Lusa e mostrou a passagem de volta para o Brasil. Ontem, negou tudo.
"Não é verdade. Os vôos estão todos lotados. Não tenho compromisso com a Lusa e estou pronto para ficar aqui. Sábado a minha mulher chega trazendo as coisas."
As duas partes travam uma queda-de-braço para se livrar do pagamento da multa rescisória prevista no contrato de Silva, dispensado em outubro. Caso não respondesse à convocação dos espanhóis, ele perderia o direito aos cerca de US$ 600 mil que pleiteia.
O La Coruña aceita pagar apenas US$ 115 mil. Como não houve acordo na Justiça, tentam vencer um ao outro pelo cansaço.
O assessor de imprensa do La Coruña, Siro López, disse à Folha que Silva foi à Espanha por conta própria. "Não o obrigamos a nada. O nosso treinador continua sendo Jose Manuel Corral."
López disse que, ontem, Silva chegou uma hora e 40 minutos atrasado para uma reunião com os conselheiros do clube, que, cansados de esperar, foram embora.

Com agências internacionais

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