São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 1997 |
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Rússia anuncia plano para solucionar crise iraquiana Saddam e Ieltsin trocam cartas sobre a situação no golfo DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS A Rússia disse ontem que tem um plano para obter uma solução pacífica para a crise entre o Iraque e a ONU. O vice-premiê iraquiano, Tareq Aziz, fez uma visita inesperada a Moscou, onde entregou uma carta do líder iraquiano, Saddam Hussein, ao presidente russo, Boris Ieltsin.O chanceler russo, Ievguêni Primakov, quer apresentar a proposta russa hoje em Genebra (Suíça) a representantes dos outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (além da Rússia): EUA, França, Reino Unido e China. A reunião, porém, ainda não havia sido confirmada pelos outros países. A proposta russa prevê a volta ao Iraque dos inspetores da ONU encarregados de desmantelar o arsenal iraquiano de destruição em massa. As equipes de inspeção deixaram o país no final da semana passada, após o Iraque ter expulsado os inspetores americanos, acusando-os de serem espiões. Não foram divulgados detalhes sobre a presença de inspetores americanos. Inicialmente, Bagdá queria todos os americanos fora. Depois, recuou e disse aceitar participação americana igual à de outras nacionalidades na equipe de inspetores. A carta de Saddam a Ieltsin foi uma resposta a uma "mensagem pessoal" enviada pelo russo ao seu colega iraquiano há alguns dias, disse Primakov, sem revelar o conteúdo das cartas. "Como resultado do diálogo, um programa específico foi criado. Acreditamos que ele permitirá evitar uma confrontação militar e avançar para o encerramento da crise, obviamente com o cumprimento pelo Iraque das resoluções do Conselho de Segurança", disse Primakov. "O presidente Ieltsin expressou o seu desejo de intervir para encontrar uma solução ao impasse atual de forma equilibrada, que pode levar a um fechamento gradual dos capítulos de armas químicas e biológicas (iraquianas), o que levaria à suspensão do embargo", disse Aziz num comunicado. A chancelaria russa afirmou que Bagdá deve ser capaz de "ver uma luz no fim do túnel", em termos de prazos para a suspensão das sanções em troca de sua cooperação com a ONU. Primakov, o chanceler russo, tem bons contatos com Saddam desde a década de 60, quando trabalhava como correspondente do jornal soviético "Pravda" no Oriente Médio. Em 1990, ele se encontrou com Saddam para tentar evitar a eclosão da Guerra do Golfo, em janeiro de 1991. Primakov disse que o plano de Moscou está "muito bem fundamentado". Diplomatas acham que as cartas trocadas por Ieltsin e Saddam podem tratar de uma nova fórmula para a inspeção. Próximo Texto: EUA enviam mais 45 aviões para o golfo Índice |
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