São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Temer admite rever fim da estabilidade

DENISE MADUEÑO; LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou que o fim da estabilidade do servidor público pode ser trocado pela aprovação do dispositivo que prevê a redução do salário do funcionário colocado em disponibilidade.
Temer disse que pretende intermediar um encontro entre os líderes governistas e da oposição para tentar o acordo. Ele quer enviar o texto final para o Senado na próxima quinta.
(DM e LD)
*
Folha - Por que o sr. recuou da decisão de convocar sessão para sexta e sábado para votar a reforma administrativa?
Michel Temer - A votação foi interrompida por questões políticas. Não houve recuo. A idéia era votar tudo nesta semana. Votou-se o principal, que era o substitutivo, e outro tema importante e polêmico, que era o regime jurídico único. Hoje (ontem) votamos mais destaques, mas o quórum caiu e os líderes entenderam que não havia mais condições de votarmos.
Folha - A dificuldade para manter o quórum foi por falta de acordo sobre o conteúdo do projeto ou por que os deputados viajaram?
Temer - Acho que faltou acordo em certos temas. Como esta matéria está sendo muito discutida, eu estou ensejando um encontro dos líderes da base governista com os líderes da oposição para verificar se na maioria dos temas há possibilidade de consenso.
Folha - O maior problema é a quebra da estabilidade?
Temer - Nesse eu não creio que haverá consenso.
Folha - Em que temas o sr. prevê possibilidade de acordo?
Temer - Ainda pode haver a negociação, a troca de um dispositivo por outro. Ainda hoje me falaram da possibilidade de examinar o tema da estabilidade confrontado com o tema da disponibilidade. Pode ser que haja conversas que levem a acordos.
Folha - O sr. está prevendo dificuldades para votar a reforma?
Temer - Por falta de quórum, não. Convoquei os deputados para estarem aqui no máximo terça, às 16h. Agora, quórum para aprovação, não saberia dizer. Os líderes estão trabalhando.
Folha - O ritmo de votação não está muito lento?
Temer - Esteve. E por razões políticas. Hoje está até rápido.

Texto Anterior: Impasse suspende a votação da reforma
Próximo Texto: Principais pontos da reforma administrativa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.