São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997 |
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Erasmo Dias vira refém e é roubado em SP
MARCELO GODOY
O crime aconteceu anteontem, às 21h30, na alameda Joaquim Eugênio de Lima, na Bela Vista (região central de São Paulo). Os ladrões roubaram R$ 100 mil em jóias e ameaçaram matar a procuradora aposentada Jeanete Tamara Praude, 52, e estuprar suas filhas. Ex-secretário da Segurança Pública, o deputado havia saído às 19h da Assembléia Legislativa. Ele passou em casa, onde deixou uma maleta e apanhou uma capanga. Como mora perto da procuradora, foi a pé ao apartamento de Jeanete. "Ela é minha amiga, e eu vou jantar algumas vezes na casa dela", disse Dias. Os ladrões entraram no prédio, que tem um apartamento por andar, pulando um muro que o separa de uma construção. A dupla ficou dentro do elevador esperando algum morador chamá-lo. Uma pequena sala separa o elevador da porta do apartamento. Quando o jantar terminou, o deputado e a amiga abriram a porta e chamaram o elevador. "Ela ia me levar para casa", disse Dias. Quando o elevador chegou, os ladrões abriram a porta e, armados, apontaram para o deputado e para a procuradora. Imediatamente, apanharam a capanga de Dias, onde estava um revólver calibre 38. "Pegaram-me desprevenido." Os ladrões os obrigaram a entrar. Eles reuniram o deputado, a procuradora, a empregada doméstica e as duas filhas de Jeanete em um quarto. "Foram 40 minutos de terror. A toda hora ameaçavam matar", afirmou Dias. Segundo o deputado, enquanto um dos ladrões rendia a família, o outro revirava gavetas e armários. Eles queriam jóias e dólares e esfregavam a arma na cara das vítimas. "Um deles dizia que tinha Aids e que ia estuprar as meninas." O ladrão mexia nas coisas de Dias quando a identidade militar do deputado, que é coronel da reserva do Exército, caiu. "Então, eu disse que era coronel e deputado e que havia sido secretário." Um assaltante apanhou o revólver do deputado e R$ 300. Deixou para trás o relógio de Dias. "Disse que o meu relógio era fajuto." Antes da fuga, trancaram no quarto de empregada Dias, Jeanete, Natasha, 14, Larissa, 12, e a empregada. "Até o poodle da minha amiga foi trancado." O deputado apanhou um cabide de arame e com ele abriu a fechadura. "Eu chamei a PM, e a ela demorou 20 minutos para chegar", disse. Texto Anterior: Presidente do CRM é sequestrado e leva tiro Próximo Texto: "Isso sim que é tortura", afirma o ex-secretário Índice |
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