São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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Fisiologista não vê perigo de doping

ALEXANDRE GIMENEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O fisiologista Ivan Piçarro, 44, professor-doutor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), é o responsável, ao lado do médico Paulo Zogaib, pelo departamento de fisiologia do Palmeiras. (AGz)
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Folha - Os atletas podem ser pegos no antidoping por causa dessa suplementação?
Piçarro - Não. Essas são substâncias livres, que podem ser compradas em qualquer farmácia sem receita médica. Os atletas não correm nenhum risco.
Folha - Mas substâncias consideradas dopantes pelos órgãos esportivos também podem ser compradas em farmácias...
Piçarro - Para evitar qualquer problema, nós elaboramos as fórmulas e mandamos para um laboratório de nossa confiança formular os compostos.
Tudo é feito para não causar nenhum problema ou efeito desagradável para os atletas.
Folha - O uso dessas substâncias no esporte é recente?
Piçarro - Os estudos não são. Mas a suplementação cresceu mesmo nos anos 90.
Folha - As pessoas comuns podem usar esse tratamento?
Piçarro - Quando o indivíduo tem uma boa alimentação, balanceada, não existe a necessidade de uma suplementação alimentar. Ele vai incorporar as proteínas de um bife que comeu em 12 horas. O problema é que os atletas têm uma atividade física muito superior que à média da população. Por isso, é preciso acelerar seu metabolismo.
Folha - O departamento de fisiologia do Palmeiras foi um dos poucos que ficou imune às mudanças na comissão técnica...
Piçarro - Não quebramos o ritmo de trabalho. Isso, sem dúvida, foi positivo para nós.
Folha - Foi difícil a aceitação de seu trabalho pelos atletas?
Piçarro - No começo, desconfiaram um pouco. Era uma coisa muito nova. Mas depois mudou. Também mudou o perfil do atleta de futebol, que hoje é muito mais profissional.

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