São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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The Mouse

EDUARDO OHATA

Desde sua imprevista estréia como lutador, Bruce "The Mouse" Strauss foi protagonista de uma das histórias mais curiosas do mundo dos esportes.
Em 1976, após um de seus pugilistas desistir de lutar na programação, um empresário convidou Strauss para lutar em seu lugar. "Não posso lutar, não sou boxeador", respondeu Strauss, que na época mais parecia um surfista, com seus longos cabelos loiros.
Bastou oferecerem US$ 200 para mudar de idéia. "Certo, em que direção fica o ringue?"
Durante a carreira, que conta com cerca de 250 lutas (das quais mais da metade foram derrotas), Strauss foi nocauteado em todos os continentes, "exceto na Antártida".
Uma vez, ao se dirigir para os vestiários logo após sofrer um nocaute, foi procurado pelos organizadores da programação. "Novamente, queriam que substituísse um lutador que havia desistido de lutar", relembra. "Fui nocauteado duas vezes na mesma noite, mas veja o lado positivo: ganhei o dobro do valor de minha bolsa."
Em outra oportunidade, quando enfrentou um pugilista do técnico Lou Duva, o espirituoso Strauss sentou-se no banquinho do adversário durante o intervalo entre os assaltos. "Lou fingiu que não havia percebido a diferença e começou a me passar instruções, provocando as gargalhadas do público."
E é justamente a saga de Strauss que é contada no filme "The Mouse", que, desde a semana passada, está em cartaz em cinemas de Los Angeles, New York, Chicago e Omaha (EUA). Os ex-campeões Ray Mancini, Vito Antuofermo e Sean O'Grady fazem pontas. Alguns interpretam a si mesmos, em vitórias sobre Strauss.
Mas, afinal, para Strauss, sua epopéia valeu a pena? "Me diverti, ganhei algum dinheiro e conheci o mundo", diz. "Esse era meu propósito, nunca quis ser campeão. Fiz minha parte. Com certeza, valeu."

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