São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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Thompson se diz gay em "Ellen"

ESPECIAL PARA A FOLHA DE BERKELEY (EUA)

Episódio passou quarta nos EUA; aqui, mês que vem
BIA ABRAMO
"Ellen", o seriado, está se destacando da média dos seriados norte-americanos e não é só porque personagem e atriz "saíram do armário" em público. Claro, a tolerância em relação ao homossexualismo conta, e bastante, numa programação muito mais conservadora em termos de comportamento sexual do que qualquer novela das seis do Brasil.
Até o vice-presidente Al Gore recentemente elogiou "Ellen" por estar fazendo os Estados Unidos "olhar a orientação sexual de forma mais aberta". Essa "ousadia", obviamente permitida e monitorada de perto pelos executivos da TV, é certamente responsável pela simpatia que atores de Hollywood vêm manifestando na forma de participações especiais.
Depois de Laura Dern ajudar Ellen a declarar-se gay no famoso episódio em junho deste ano, anteontem foi a vez de Emma Thompson e Sean Penn. Entretanto, só a militância politicamente correta não basta para transformar "Ellen" no hype televisivo da temporada.
Ellen DeGeneres, a atriz, está se revelando uma das melhores e mais inteligentes comediantes da TV norte-americana. E Ellen Morgan, uma personagem cada vez mais interessante: uma lésbica desajeitada e doce, com um senso de humor ágil e cáustico.
Anteontem, as piadas não pouparam ninguém, de sir Lawrence Olivier a David Geffen.
Emma Thompson faz papel caricato: bebe como um gambá, força no sotaque britânico e no convencionalismo inglês e, claro, faz uma lésbica enrustida e nada chique. Thompson, que trabalhou na TV britânica no começo da carreira, topa tudo: sua Thompson ficcional faz referências irônicas aos atores britânicos, à onda de filmes adaptados de romancistas vitorianos e a Hollywood.

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